Sinpro Minas: 14º Consinpro – “Humanizar a educação, avançar nas conquistas”
Com o tema “Humanizar a Educação, Avançar nas Conquistas”, teve início nA sexta-feira (25) o 14º Congresso do Sindicato dos Professores e Professoras do Estado de Minas Gerais (ConSinpro). Cerca de 100 delegados e delegadas estiveram presentes na sede do Sindicato em Belo Horizonte para a abertura da atividade.
Para a presidenta do Sinpro Minas, Valéria Morato, o Congresso acontece numa conjuntura de esperança: “Um momento de muitas perspectivas para a reconstrução de nosso país, que foi destruído por um projeto politicamente autoritário e economicamente voltado para a aplicação de um ultraliberalismo entreguista, antidemocrático e antidesenvolvimentista”.
Valéria relembrou os desafios pelos quais a categoria docente passou nos últimos quatro anos, como a pandemia, os reflexos da Reforma Trabalhista e o constante ataque ao movimento sindical. “Esse é um congresso de balanço mas também de propostas de lutas para enfrentamento dessa realidade que está colocada, não só para nossa categoria, mas para todo o povo brasileiro”, afirmou.
Palestra Magna
A abertura contou com a palestra magna “Os sindicatos frente à nova morfologia do trabalho e a fragmentação da classe trabalhadora”, com o Prof. Dr. Jorge Luiz Souto Maior. Ele é professor livre-docente de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (GPTC).
Para Souto Maior, a fragmentação jurídica não pode ser o modo do movimento sindical pensar a classe trabalhadora ou sua atuação coletiva. “Aquilo que hoje em dia se apresenta como impeditivo de uma ação mais contundente da classe trabalhadora, não é nada além de uma estratégia do capital para produzir exatamente esse efeito.”
O professor ainda falou sobre a necessidade de uma atuação sindical que vá além da percepção de categoria. “É preciso que os sindicatos sejam acolhedores nas demandas e angústias de quem está desempregado, de quem está na informalidade, de quem está precarizado, ainda mais do ponto de vista da terceirização e do trabalho análogo à escravidão.”
Lançamento
O primeiro dia do Congresso terminou com o lançamento do livro “A função política do sindicato no capitalismo apocalíptico”, de Thaís Cláudia D’Afonseca, vice-presidenta do Sinpro Minas, doutora em Direito Privado e mestre em Direito do Trabalho.
O livro, que é tese de doutorado defendida pela autora, apresenta uma análise, sob a perspectiva da classe trabalhadora, da função política do sindicato no atual estágio do capitalismo.
Participaram do debate o professor da PUC Minas e Juiz do Trabalho, Cléber Lúcio de Almeida, a professora da UFMG e presidenta do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (APUBH), Maria Rosaria Barbato, e pela pós-doutora em Direito pela Universidad Nacional de Córdoba (ARG) e professora da PUC Minas, Wânia Guimarães Rabêllo de Almeida.