Sinpro Minas: Carta aberta aos professores e professoras do Colégio Loyola
O Sinpro Minas reafirma o apoio e a defesa da autonomia dos professores do Colégio Loyola, frente ao cenário desafiador em que o nosso país se encontra. Estamos cientes do assédio que os docentes têm sofrido, inclusive de pessoas externas à comunidade escolar, por terem participado da greve geral, em 14 de junho, que mobilizou milhões de brasileiros em todo o Brasil em defesa da educação e contra a reforma da Previdência.
Não iremos aceitar tamanha ingerência nas decisões coletivas e soberanas dos professores. Trata-se de uma postura inadmissível, que objetiva criar uma atmosfera de perseguição e medo, totalmente inadequada para a manutenção de um ambiente profissional saudável. Contraria, inclusive, valores preconizados pela própria instituição de ensino, entre eles o da justiça socioambiental e os da formação cristã e para a cidadania.
Ao assediarem os professores, o que essas pessoas buscam é abafar as vozes dissonantes na sociedade, que são muitas e crescem a cada dia, à medida que o atual projeto de gestão do país se efetiva.
Essa insatisfação da sociedade, manifestada nas ruas, já resultou em recuo dos parlamentares, que aprovaram o texto-base da reforma da Previdência com algumas poucas alterações nas regras dos trabalhadores, de um modo geral, e de professores também.
No entanto, o projeto que permanece em tramitação no Congresso ainda representa enormes perdas para todos os brasileiros, ao reduzir o valor da aposentadoria em até 40%, dificultar o acesso ao sistema previdenciário e endurecer as regras para quem de fato precisa do benefício.
Por isso, as manifestações e paralisações vão continuar, e uma nova greve geral da educação está marcada para o dia 13 de agosto. Não há outro caminho senão o da pressão popular.
Não resta dúvida de que a luta de vocês está em plena consonância com os princípios da justiça social, da solidariedade e da defesa dos interesses de toda a coletividade.
A adesão à greve representou uma lição de cidadania para os milhares de estudantes da instituição de ensino. Afinal, sabemos bem que a boa educação não se limita a ensinar os conteúdos disciplinares. No entanto, o obscurantismo que prevalece em setores da sociedade quer fazer da escola privada um laboratório de práticas opressoras, destinadas a criar alunos pouco afeitos à vida democrática.
Mas enganam-se aqueles que acreditam que iremos nos calar frente às ameaças. Não descansaremos nem mediremos esforços para denunciar qualquer tipo de abuso e para resguardar os direitos dos professores. O Sinpro Minas está à disposição de vocês. Contem conosco!
É preciso estar atentos e fortes! Sigamos firmes e unidos, ninguém solta a mão de ninguém!