Sinpro Minas: Nota de repúdio ao retorno às aulas em Uberaba
Olá, Professor/a,
Chegou outubro, mês dedicado à Educação.
Como se sabe, o Conselho Municipal de Educação é um órgão normatizador da política pública de educação básica (séries iniciais) e delibera sobre as questões inerentes ao funcionamento das escolas, inclusive aprovando ou não a habilitação para o funcionamento de cada instituição.
Os discursos desrespeitosos e sem ética do Governador Zema e do Prefeito de Uberaba, Paulo Piau, alinhados com o irresponsável governo federal (que defende o dinheiro em detrimento da vida), ao dizerem que as aulas presenciais em escolas públicas devem retornar no próximo dia 19, desqualificam os/as colegas professores/as ao afirmar que por serem a favor da vida não têm compromisso com a educação, merece de todos nós uma manifestação de repúdio e desprezo e ainda a exigência de imediata retratação visando reparar esse ato politiqueiro, rasteiro e vulgar.
No caso específico de Uberaba, fica claro que a questão é meramente eleitoral. Pois as Escolas Particulares já decidiram que não retornarão aulas presenciais neste ano visando proteger alunos e familiares dos riscos da contaminação pelo Coronavírus e sabe-se que esses alunos, naturalmente, pertencem a uma classe social com melhores condições econômicas. Na sequência, o Governo Municipal quer impor, ao nosso ver pelos motivos citados acima, o retorno voluntário das aulas presenciais nas escolas públicas de nossa cidade (ressalto aqui que alunos das escolas públicas têm, naturalmente pior condição econômica).
O prefeito tem esse poder legal. Porém, o que eu questiono e gostaria que toda a sociedade uberabense questionasse é o seguinte:
1. Qual o motivo da ruptura de diálogo com representantes legítimos da política pública mais importante da cidade, que é a Educação?
2. Por que esse desrespeito com a categoria profissional que mais tem trabalhado e se desdobrado em todos os aspectos. Inclusive com sacrifícios financeiros, ao afirmar publicamente que “professor que não defende o retorno presencial das aulas não tem compromisso com a educação”?
3. Ao exigir o retorno das aulas presenciais no município, mesmo que de forma voluntária, fica evidenciado o desprezo e o descaso com a população mais carente. Pois alunos e familiares de escolas particulares já estão protegidos pela decisão das próprias escolas e alunos e familiares de escolas públicas, juntamente com professores e professoras da Rede Pública, caso se mantenha essa decisão, ficarão na linha de risco do Coronavírus e consequentemente da morte?
Fica o questionamento, o meu protesto e a disposição de dialogar para que, juntos, possamos chegar a um termo que garanta a vida, a igualdade e o respeito. E que o oportunismo político eleitoral que se apresenta seja totalmente rechaçado.
Os/as professores/as exigem respeito!
Marcos Gennari
Diretor do Sinpro Minas