Sinpro Minas: Professores de BH e região marcam assembleia com indicativo de greve
Em assembleia no último dia 19, professores de escolas particulares de Belo Horizonte e cidades de abrangência da CCT MG voltaram a rejeitar a contraproposta apresentada pelos donos de escolas nas negociações da campanha reivindicatória deste ano.
Os docentes também autorizaram o Sinpro Minas a continuar a negociar com o patronal (Sinep/MG), a partir da pauta apresentada pela categoria, e agendaram uma nova assembleia, com indicativo de greve, para o dia 30 de abril (sábado), às 14 horas.
Essa assembleia será somente presencial, no auditório do Sinpro Minas (Rua Jaime Gomes, 198 – Floresta – BH).
Na última reunião de negociação, os donos de escolas mantiveram a contraproposta anterior, que prevê uma série de itens que retiram direitos históricos dos professores e precarizam as condições de trabalho da categoria. Por exemplo, eles querem acabar com a cláusula da isonomia salarial, reduzir o valor do adicional por tempo de serviço, alterar férias e recessos e retirar bolsas de estudos para parcela expressiva da categoria (confira abaixo).
Em relação ao reajuste, eles ofereceram apenas 5% para a educação básica e 4% para o ensino superior – índices bem abaixo da inflação oficial.
“Essa é uma proposta absurda, que desvaloriza o trabalho docente e não reconhece toda nossa dedicação para manter o ensino de qualidade. Vivemos em um cenário de sobrecarga de atividades, de pressão por parte das escolas, de salas de aula bem cheias, de aumento dos preços em geral e de queda na renda. Sem contar que o reajuste das mensalidades superou o índice da inflação, na grande maioria das instituições de ensino. Por isso não aceitaremos retrocessos e vamos ampliar a nossa luta pela valorização profissional”, destacou Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas.
De acordo com levantamento do site de pesquisa Mercado Mineiro, o valor das mensalidades escolares na capital subiu em média acima de 10%, e os indicadores oficiais do governo mostram que a inflação fechou o ano passado com a maior alta desde 2015.
Na assembleia do dia 19, realizada de forma híbrida (virtual e presencial), os professores reafirmaram a pauta de reivindicações da categoria. Ela prevê recomposição salarial de acordo com o INPC mais o acumulado desde 2020, um ganho real de 5%, manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), regulamentação do trabalho virtual, proibição da dispensa coletiva e da contratação precária, entre outros pontos de valorização profissional.
Indignação
Os professores também manifestaram indignação com a contraproposta dos donos de escolas e ressaltaram que ela representa um desrespeito e uma exploração do trabalho docente. Eles ainda relataram situações de exaustão, em decorrência da sobrecarga de atividades e das cobranças por parte da direção escolar.
Paralisação das atividades
“Ao invés de reconhecer toda a dedicação dos professores e valorizar a categoria, o patronal insiste em retirar direitos históricos e precarizar nossas condições de trabalho e vida. Isso é inadmissível. Vamos ampliar a mobilização e, se for preciso, voltaremos a paralisar as atividades, de forma bem abrangente, assim como fizemos em 2018”, ressaltou Valéria Morato.
Assembleia presencial de professores de BH e cidades de abrangência da CCT MG
Data: 30 de abril (sábado)
Horário: 14 horas
Local: Sinpro Minas (Rua Jaime Gomes, 198 – bairro Floresta, BH)