Sinpro Minas: Professores recusam proposta patronal e aprovam continuidade das negociações

Em assembleia virtual, realizada na segunda-feira (25/5), professores de escolas particulares de Belo Horizonte e região recusaram a proposta patronal da campanha reivindicatória deste ano e aprovaram a continuidade das negociações entre o Sinpro Minas e o Sinep/MG.

Na avaliação da categoria, a proposta apresentada pelos donos de escolas prevê retrocessos, desconsidera o quadro delicado por qual passam os professores e não estabelece garantia em relação à continuidade do isolamento social.

Os docentes reivindicam que o retorno às aulas presenciais somente ocorra em um ambiente seguro, após o aval de autoridades médicas e científicas. No entanto, os donos de escolas não quiseram incluir essa cláusula na proposta da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que estabelece os direitos da categoria. Os professores também exigem pelo menos 15 dias de férias coletivas em janeiro.

Mais de 400 professores de todos os níveis de ensino participaram da assembleia virtual, e 96% deles votaram pela continuidade das negociações e recusaram a proposta patronal. “Foi uma assembleia muito importante. Estávamos na expectativa, em função de ser a primeira vez que a fizemos virtualmente, pela internet. Mas, apesar de alguns poucos contratempos, deu tudo certo e foi muito boa. Os professores participaram ativamente e demostraram que estão unidos pela valorização da categoria, pelo respeito à vida e à dignidade docente”, ressaltou Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas.

“Eu acho que, por ser a nossa primeira experiência desse tipo, funcionou muito bem. Temos de destacar o número de participantes e também o nível de confiança que eles demonstraram no sindicato”, avaliou o diretor do Sinpro Minas Newton Pereira de Souza.

Durante a assembleia, os professores esclareceram dúvidas sobre férias, salários e outros direitos, denunciaram irregularidades e relataram as dificuldades do trabalho remoto e a sobrecarga de trabalho em função das novas cobranças. Eles também manifestaram muita preocupação com o retorno às aulas diante da pandemia do novo coronavírus.

Uma das irregularidades denunciadas foi a prática de “ensalamento”, que consiste na junção de salas. Com isso, o professor passa a ministrar aulas virtuais para mais de uma turma, com um número maior de alunos. O departamento jurídico do Sinpro Minas esclareceu que a aula virtual deve ter o mesmo número de estudantes da sala de aula física. Os professores também foram orientados a anotar todo o tempo despendido com as atividades on-line, para que posteriormente o trabalho remoto possa ser contabilizado.

Uma nova assembleia deve ser agendada em breve, para a categoria discutir novamente o resultado das negociações com os donos de escolas.

Do Sinpro Minas

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