Sinpro Minas: Revista Elas por Elas ganha prêmio nacional

Em cerimônia no Rio de Janeiro, foram conhecidos nessa segunda-feira (11) os vencedores do 3º Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento, organizado pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.

O concurso distribuiu R$ 35 mil e revelou, em sete categorias, reportagens que tornaram visíveis o racismo no Brasil e formas de enfrentar o problema, que trava o desenvolvimento socioeconômico do país.

A revista Elas por Elas, do Sinpro Minas, foi a premiada na categoria Mídia Alternativa ou Comunitária. A reportagem Fora das capas de revistas, da jornalista do Sinpro Minas Débora Junqueira,  foi a vencedora (Clique aqui e confira a edição da revista que traz a reportagem vencedora). 

“O fato de a revista estar entre as finalistas e ter vencido o concurso reforça a ideia que sempre defendemos, de que em um sindicato é possível fazer uma comunicação alternativa, que dialogue não só com a categoria, mas com toda a sociedade. A repercussão do prêmio, além de importante profissionalmente, projeta o nome do Sinpro Minas e da Elas por Elas, consolidando-a como mídia alternativa e instrumento contra as desigualdades de gênero e raciais. Agradeço ao Sinpro, por manter e acreditar nesse projeto, ao conselho editorial, aos diretores e à equipe do departamento de Comunicação, assim como a todos que, de alguma forma, contribuem para a revista”, afirmou a jornalista Débora Junqueira.

Durante o evento, o UNIC-Rio, órgão das Nações Unidas (ONU), antecipou que será lançada no Brasil a Década do Afrodescendente, em 20 de novembro, pela Unesco (Organização da ONU para Educação, a Ciência e a Cultura).

Entre os grandes premiados da noite, venceu a categoria Internet o jornalista Ed Wanderley, do jornal Diário de Pernambuco (PE), com o trabalho Infância devolvidas. “A realidade dessas crianças não é fácil, muitas são devolvidas porque são mais ‘escuras’ do que as famílias gostariam”, revelou o jornalista, sobre os bastidores da reportagem.

Na mesma categoria, recebeu menção honrosa a jornalista Lena Azevedo, com a série Jovens negros na mira de grupos de extermínio na Bahia, da Agência Pública (SP). Ao subir ao palco, Lena comemorou o reconhecimento e confessou que o trabalho era um projeto antigo “para dar visibilidade ao extremo do racismo em nossa sociedade”.

Para a coordenadora desta terceira edição do Prêmio e da Cojira-Rio, Sandra Martins, as matérias vencedoras sinalizam para o amadurecimento da imprensa brasileira em relação à igualdade racial. “Observamos, além da excelência profissional, uma clara compreensão da questão racial e também um compromisso dos jornalistas com os direitos humanos”, declarou.

Do jornal A Tarde (BA), saíram as vencedoras da categoria Mídia Impressa. A jornalista Cleidiana Ramos e equipe levaram o prêmio pelo caderno especial Os homens que chamam os deuses para terra. O trabalho fala sobre os sacerdotes músicos de comunidades religiosas de matriz africana, para quem as vencedoras dedicaram o Prêmio.

Categoria Especial

O Abdias Nascimento também valorizou reportagens que discutiram o papel da mulher negra na sociedade. A vencedora da categoria Especial de Gênero Jornalista Antonieta de Barros foi a jornalista Vanessa Bugre, da Rádio UFMG Educativa, com a reportagem Pele escura, morte invisível: a violência contra a juventude negra.

A vencedora da categoria Rádio foi a jornalista Neise Marçal e equipe, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, com a reportagem Quilombo de São José, a luta sem fim pela terra.

Homenagens

Também foram homenageadas na cerimônia as jornalistas gaúchas Jeanice Ramos e Vera Daisy Barcellos, do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros, do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul. Elas foram precursoras ao discutir nos sindicatos da categoria formas de organizar jornalistas contra o racismo na imprensa e se tornaram referência.

Conheça os vencedores:

Mídia Impressa
Clediana Ramos, Meire Oliveira, Juracy dos Anjos, Camilla França, Maíra Azevedo e Ivana Dorali, Os homens que chamam os deuses para terra, Jornal A Tarde-BA

Televisão
Wendell Rodrigues da Silva, Paraíba Afro, TV Correio-PB

Rádio
Neise Marçal, Cláudio da Matta e Fábio Luiz, Quilombo São José, a luta sem fim pela terra, Rádio Nacional do Rio de Janeiro (EBC)

Mídia Alternativa ou Comunitária
Débora Carmelita Junqueira, Fora das capas de revistas, Revista Elas por Elas-MG

Internet
Ed Wanderley, Infâncias devolvidas, Diário de Pernambuco-PE

Menção honrosa: Lena Azevedo, Jovens negros na mira de grupos de extermínio na Bahia, Pública- Agência Pública de Jornalismo Investigativo-SP

Fotografia
Carlos Moura, O Vingador?, Correio Braziliense-DF

Categoria Especial de Gênero Jornalista Antonieta de Barros

Vanessa Bugre, Pele escura, morte invisível: a violência contra a juventude negra, Rádio UFMG Educativa-MG
Do Sinpro Minas

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