Sinpro Minas: Sindicato repudia demissão de professora no Colégio São Paschoal, em Uberlândia
O Sinpro Minas repudia a demissão de uma professora de Inglês no Colégio São Paschoall, em Uberlândia, após a docente ter condenado em sala de aula o discurso de ódio de alunos da escola, que propunha inclusive a prática de atos ilegais.
A dispensa arbitrária ocorreu na semana passada, poucos dias depois de a fala da professora ter sido gravada por alguns estudantes, sem sua autorização, e circulado em grupos de pais, que pressionaram a escola por sua demissão.
Em um dos grupos, uma mãe critica abertamente a docente, ao dizer que ela estaria fazendo militância e gastando o tempo das aulas com discussão sobre política.
Alguns estudantes saíram em defesa da professora e tentaram dialogar com a escola, mas a direção se recusou a ouvi-los. Deve-se ressaltar que, em nenhum momento, a professora deixou de ministrar sua aula nem se distanciou daquilo que preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). O que ela fez foi condenar o discurso de ódio, atitude que se espera de qualquer docente comprometido com a formação cidadã, e conversar, a pedido dos próprios estudantes, acerca de fatos do cenário nacional.
Manifestações pacíficas de opiniões e discussões políticas são bem-vindas no ambiente escolar, porque promovem o debate e ajudam na formação do senso crítico. No entanto, gestos de intolerância e violência são absolutamente incompatíveis e devem ser imediatamente rechaçados. Em uma democracia, a liberdade de expressão não abriga agressões e apologias ao ódio e à violência.
Na contramão do que se espera de uma instituição de ensino, a postura do Colégio São Paschoall, que afirma em seu site preparar os alunos para a vida, somente corrobora comportamentos hostis, típicos daqueles que não prezam por uma sociedade mais justa, desenvolvida e inclusiva, baseada no respeito.
Dessa forma, o Sinpro Minas, que já acompanha o caso por meio do seu departamento jurídico, reitera o seu repúdio aos discursos de ódio e à demissão da professora e reafirma que não medirá esforços para preservar os direitos da categoria e a liberdade de cátedra.