Sinpro Norte: Sindicato conquista avanços na mesa de negociação, mas o desprezo dos donos de escola pelos trabalhadores mantém a oferta de reajuste a um patamar inaceitavel
SINPRONORTE conquista avanços na mesa de negociação, mas o desprezo dos donos de escola pelos trabalhadores mantém a oferta de reajuste a um patamar inaceitavel
No dia 25 de março de 2025 o SINPRONORTE, representado pelo presidente Guilherme Moraes, participou de mais uma rodada de negociação com o SINEPE (sindicato dos donos das escolas).
Como de costume o presidente do SINEPE, Marcelo Batista, minimizou as questões levantadas pelos trabalhadores, alegando ter recebido nossas propostas apenas no dia 24 de março. Essa afirmação é inverídica, pois as propostas unificadas já haviam sido enviadas ao SINEPE em 10 de dezembro de 2024, por meio da Federação, e desde 18 de fevereiro todas as reivindicações estavam em discussão: tanto as cláusulas econômicas (leis que envolvem ganho financeiro) quanto as sociais (leis que envolvem demais ganhos para condições dignas de trabalho) .
Apesar das tentativas do SINEPE de desviar o foco das questões importantes, conseguimos avançar em algumas demandas. Na área social, o SINPRONORTE conquistou uma ampliação na aceitação de atestados médicos, que agora incluem psicólogos e dentistas, embora sem bonificação. Também obtivemos conquista significativa a respeito da jornada de trabalho dos professores, que agora só precisam disponibilizar 50% de sua carga horária às escolas, no início do ano letivo, para que se garanta o pagamento pelas janelas de horário, conforme o valor hora já estabelecido. Essas mudanças representam um grande avanço, já que a legislação anterior exigia que o professor disponibilizasse o dobro de carga horária para que houvesse a justa remuneração pelos períodos “ociosos”, chamados de janela.
No campo econômico, conseguimos um reajuste no piso dos auxiliares de classe para R$ 7,14. Sabemos que esse valor ainda está longe do ideal, mas a luta continua, e ainda há espaço para negociação até o fim do processo.
Apenas dessas conquistas, o SINPRONORTE sai da rodada de negociações extremamente infeliz e contrariado, uma vez que o SINEPE novamente mostrou seu desprezo pelos trabalhadores ao apresentar uma proposta de reajuste salarial inaceitável: apenas 4,5%, limitado ao INPC, e ainda parcelado em duas vezes: em março e agosto. Essa proposta, influenciada pelas grandes instituições de ensino superior, é um insulto, especialmente considerando os altos reajustes nas mensalidades praticados por essas mesmas instituições. Aqui fica nossa indignação, Univille, Unisociesc, Ielusc, Católica, vocês que reajustaram significativamente suas mensalidades, propõe esse valor aos seus trabalhadores? É dessa maneira que vocês valorizam quem mantém as instituições funcionando e garante a qualidade no ensino? Além do mais, as instituições que receberam verba da Universidade Gratuita serão coniventes com essa proposta?
Diante desse cenário, manifestamos nossa indignação, mas fazemos um convite para que ela seja combustível para a mobilização da nossa base. Aos trabalhadores do ensino privado, especialmente do ensino superior: não aceitem passivamente essa desvalorização. Organizem-se, fortaleçam o sindicato e juntem-se a nós nessa luta. O SINPRONORTE segue firme na defesa dos trabalhadores, e contamos com cada um de vocês para avançarmos ainda mais. Educar é transformar, unir é fortalecer!