Sinpro Pernambuco: Carta de repúdio às declarações de Bolsonaro contra os professores

Em uma de suas aparições ao vivo, pelas redes sociais, Bolsonaro apresentou uma sequência de ataques infundados contra a categoria de professores em todo Brasil. Sem propriedade no assunto, o atual presidente insinuou leniência dos(as) docentes sobre o retorno as aulas presenciais nas escolas, no contexto de pandemia.

Em seguida ataca a representação legítima e legal da categoria através de seus sindicatos para criar uma guerra ideológica, culpabilizando os movimentos de esquerda e afirmando que as organizações sindicais pregam o abandono das escolas para não trabalhar e, pior que isso, para alienar a juventude.

A direção do Sinpro Pernambuco, em consonância com a categoria que representa, rechaça qualquer ameaça de intimidação e reforça a postura que teve desde o princípio da pandemia e do lockdown, a vida em primeiro lugar.

É curioso que o presidente esquece de apresentar, em suas narrativas, a situação precária pela qual muitas escolas, de todas as redes, passam, da falta de segurança sanitária e os riscos à integridade física que habitam nesses locais. Não adianta as grandes corporações de mídia estamparem em seus telejornais imagens de carteiras separadas e marcações no piso pois isto representa uma pequena fração das escolas da rede pública e também da particular. A pressão que surge destas declarações é para ampliar o fosso educacional entre essas duas redes e ainda priorizar o atendimento de uma minoria abastada em nome de toda a geração de estudantes do país.

Vale lembrar que instituições de ensino que possuem estrutura física estão com atividade on-line, ao vivo e/ou gravadas. E mesmo escolas de pequeno porte já garante algum tipo de acessibilidade durante a pandemia. Já as escolas municipais, sem apoio do governo federal, padecem de grandes investimentos e ações dos prefeitos.

Ao ficar órfão da “Escola sem Partido”, uma falácia combatida e derrubada pela militância dos professores(as), volta à pauta a criminalização da identidade partidária. Não vamos permitir que um presidente pária do cenário mundial aplique uma visão revisionista e coloque sob responsabilidade dos professores os erros cometidos pela sua gestão.

Estamos firme e vamos continuar com a mesma postura, garantindo a integridade física e agora moral da nossa categoria. Mais de 130.000 pessoas tiveram suas vidas ceifadas e suas famílias privadas da sua convivência. Achar que esse dado é passível de ser esquecido pela população é um desrespeito a toda sociedade.

Escolas são espaço de convivência e preparação para vida futura. Se seguirmos as diretrizes erradas, de que futuro estaremos falando?

Do Sinpro Pernambuco

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