Sinpro-Rio: Carta aberta à sociedade sobre o Covid-19 e a greve pela vida, não à volta às aulas presenciais
Documento científico da UEZO aponta o aumento do risco de vida com a flexibilização do isolamento social
Prezados pais, responsáveis, estudantes e demais familiares, o Sinpro-Rio – Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região – se dirige à sociedade nesta carta aberta para que o diálogo frente à pandemia, a tragédia em que vivemos no momento, seja sempre franco e aberto.
Nós, professoras e professores, estamos em greve pela vida há mais de três meses. Quando da primeira assembleia, em 04 de julho, o Brasil contava com, aproximadamente, 60 mil óbitos. Hoje, infelizmente, já nos aproximamos das 150 mil mortes pelo Covid-19, isso sem considerar a subnotificação. Ou seja, em três meses, o número de pessoas que perderam a vida em razão da contaminação mais do que dobrou, quase triplicou.
Portanto, a nossa greve contra as aulas presenciais, pois jamais deixamos de trabalhar de forma remota para minimizarmos os prejuízos ao ano letivo, é para que não haja maior risco à saúde não só das professoras e professores mas também dos estudantes e familiares destes.
Sempre nos pautamos pelo que aponta a ciência, que é o que deve nortear toda a sociedade neste momento trágico e delicado em que vivemos.
Abrir as escolas, neste momento, para aulas presenciais é um convite ao contágio do Covid-19. É colocar seus filhos e filhas nas ruas, no transporte público e nas dependências das instituições de ensino que, em nenhum momento, nos dão garantias de um protocolo sério, seguro.
Mas qual o motivo de não nos dar segurança? Os senhores e senhoras podem se perguntar. O motivo é que não querem obedecer o que apresenta a ciência – não é o momento para a volta às aulas presenciais.
Portanto, pais, responsáveis, estudantes e demais familiares, temos a consciência tranquila de que estamos do lado certo, do lado da ciência que vem trabalhando como nunca para elucidar o dia a dia desta trágica pandemia.
Encerramos esta carta, informando sobre documento recente da Comissão Científica de Estudos para Prevenção e Controle de Doenças Infectocontagiosas (CEPDIC), da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO), que aponta a incúria, a irresponsabilidade de gestores que estão mais preocupados com o fomento aos recursos financeiros do que com a vida de seus cidadãos.
No documento finalizado em 30 de setembro e publicado no último 02 de outubro, podemos nos informar sobre os alarmantes dados do Covid-19, no mundo, no Brasil e no Rio de Janeiro.
O estudo determina: “Manter escolas (ensino fundamental e médio), faculdades, Centros Universitários e Universidades fechadas. Ressaltando que, após a flexibilização desorientada e desorganizada proposta pelos gestores públicos, podemos observar o aumento desastroso em relação aos números de casos e de óbitos tanto no Município do RJ, quanto no Estado do RJ.” (Veja, abaixo, link do documento na íntegra).
Temos a certeza de que os senhores e senhoras estão do nosso lado, do lado da ciência que aponta o perigo da flexibilização do isolamento social, inclusa, aí, a volta às aulas presenciais.
Que afirmemos todos numa só voz: não é a hora da volta às aulas presenciais. Cada dia em que uma escola não abre é um dia com menos risco de mortes pelo Covid-19.
Conte sempre com as professoras e professores para uma educação de qualidade e inclusiva, mas contem, principalmente, neste momento, com a nossa luta pela preservação de todas as vidas.
Leia a íntegra do documento da Comissão Científica de Estudos para Prevenção e Controle de Doenças Infectocontagiosas (CEPDIC), da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO) AQUI!