Sinpro-Rio e Contee lançam campanha ‘Apagar o professor é apagar o futuro’ em Copacabana
O Sinpro-Rio realizou no último domingo (8), na praia de Copacabana, o lançamento da Campanha Salarial 2018, com um grande Ato Nacional pela Educação e divulgação da campanha nacional da Contee contra a desprofissionalização do magistério, cujo lema é “Apagar o professor é apagar o futuro. Na manifestação, foi lembrado por políticos, professoras e professores o triste momento que o país vive, com uma séria crise política e econômica, e culminando com a prisão arbitrária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o bárbaro assassinato da vereadora Marielle Franco.
“A única luta que se perde é a que não se luta”, escreveu na véspera o diretor do Sinpro-Rio Afonso Celso Teixeira, conclamando para o ato. “Seremos professores e professoras, da educação infantil à educação superior, estudantes, responsáveis, seremos artistas, médicos, bancários, comerciários, rodoviários, garis, ambulantes. Seremos crianças, jovens, idosos. Seremos homens e mulheres e o que mais quisermos ser. Seremos todos aqueles que defendem uma educação pública de qualidade para toda a população. Seremos muitos, poucos, centenas ou milhares, mas estaremos lá. Denunciando a financeirização da educação. Denunciando as mentiras do governo e da mídia, a destruição das universidades e do ensino médio para todos. Denunciaremos as condições de trabalho, o adoecimento de professores e profissionais da educação em todos os níveis. O preconceito com as professoras da educação infantil e seus salários sempre inferiores. Denunciaremos o objetivo dessa gente que pretende apagar o(a) professor(a) para apagar o nosso futuro. NÃO PASSARÃO.”
O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, marcou presença na mobilização no Rio de Janeiro. “Estamos aqui em Copacabana, a Contee e o Sinpro-Rio, lançando a campanha contra a desprofissionalização dos nossos professores em todo o país”, declarou, enfatizando que a campanha reflete sobre várias questões que envolvem a educação. “Uma primeira questão é que vivemos um ataque profundo à democracia brasileira e, correlata à democracia, um ataque profundo à educação em nosso país. Foram várias ações do governo nesse último período para desconstruir a educação. Por exemplo, a reforma do ensino médio, em que há várias questões que envolvem, inclusive, a não necessidade de professores em sala de aula nesse nível de ensino”, destacou.
“A Base Nacional Comum Curricular, outro tema importante, reduz várias matérias, várias disciplinas, e impõe restrições a várias áreas de conhecimento que acumulamos ao longo da história da humanidade. O governo aprovou a PEC 55, que tira recursos substanciais da educação pública brasileira. Somente em 2018 foram retirados R$ 30 bilhões da educação pública no país. Há um ataque contundente às universidades federais, para desmoralizar uma instituição secular, talvez uma das mais importantes no Brasil. Além disso tudo, há uma reforma trabalhista em curso, que vem destruindo os direitos dos trabalhadores. Uma reforma previdenciária que ataca a aposentadoria especial dos professores dos ensinos fundamentam e médio”, enumerou Gilson.
“Portanto, é um conjunto de ações orquestrada pelo governo que vem no sentido de destruir a educação. Além disso, a Escola Sem Partido e a Lei da Mordaça são outro obstáculo importante que estamos enfrentando. É preciso levantar a cabeça e lutar, não só contra as reformas na área educacional, no Estado e nos direitos sociais, mas também na luta política no interior das escolas. A campanha lançada pela Contee tem esse objetivo: colocar em curso na sociedade brasileira um debate profundo sobre o papel da educação e a necessidade de termos uma educação democrática, plena, inclusiva, que possa discutir o país, as condições do nosso povo e projetar o Brasil para um outro futuro. Esperamos que, aqui no Rio, a campanha possa propagar para todas as escolas, para todos os cantos desse estado, e que o Brasil possa abraçar a campanha da Contee de forma plena e objetiva. Parabéns ao Sinpro-Rio. Parabéns à luta do povo carioca na resistência pela democracia e por uma educação de qualidade.
O presidente do Sinpro-Rio e coordenador da Secretaria de Organização Sindical da Contee, Oswaldo Teles, também ressaltou a relevância da campanha no momento atual. “Estamos mais uma vez aqui nas ruas colocando bem nítida para todos a importância de valorização do professor. Estamos num momento histórico muito ruim, em que o tempo inteiro a democracia está sendo ameaçada. Aqui no Rio de Janeiro houve a execução de uma vereadora importante, que foi a Marielle. Recentemente, vimos a violência estampada em vários lugares, com a juventude sendo morta e a educação sendo desvalorizada. E, neste momento, temos a decretação da prisão do presidente Lula”, lembrou.
“O Sinpro-Rio está aqui na rua com uma grande campanha nacional, ‘Apagar o professor é apagar o futuro’. E estamos iniciando nossa campanha salarial nessa toada. Não vamos permitir nenhum direito a menos, vamos brigar o tempo inteiro por melhores conquistas salariais e vamos lutar pela dignidade do professor, principalmente a valorização do magistério, frente a esse governo golpista que vem dilapidando tudo o que foi construído ao longo da história. Nosso sindicato está aqui em Copacabana, na rua, neste ato importante para a valorização do professor. Sinpro-Rio na luta pela liberdade, pela democracia, pelo Estado de Direito, e pela importância da educação para a formação do nosso povo.”
Por Táscia Souza, com informações do Sinpro-Rio