Sinpro-Rio: Plenária virtual “Em defesa da vida: como e quando retornar” – veja aqui!
Reunimos um time de craques debatendo o tema!!
Assista a PLENÁRIA VIRTUAL na íntegra AQUI!
A Plenária virtual “Em Defesa da Vida”, promovida em 13 de junho, pelo Sinpro-Rio, com entidades representativas de trabalhadores da educação, estudantes, jurídico e legislativo obteve uma grande repercussão nas redes sociais. A reprovação da definição de uma data para a volta às aulas presenciais foi total. Veja os números somente do Facebook, que comprovam a grande preocupação com o tema:
Pessoas alcançadas: 10.673; visualizações: 6.200; comentários: 1.300; compartilhamentos: 116.
Abaixo, os destaques dos pronunciamentos:
Hermano Castro – diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ENSP- Fiocruz:
- O Rio de Janeiro (estado e município) não atende os critérios de flexibilização da OMS.
- O município do Rio é o que tem maior letalidade, com 12%.
- A letalidade no Brasil aumentou da seguinte forma: no primeiro mês, 1.000 mortes; segundo mês, 12 mil óbitos; terceiro mês, 42 mil mortes”. (…)
- Não foi apresentado, pela prefeitura, um planejamento para o retorno às aulas presenciais. Além da necessidade de testagem e monitoramento das áreas de risco, seriam imprescindíveis medidas de higienização nas escolas, práticas de distanciamento entre os estudantes, plano de capacitação dos trabalhadores, plano de comunicação, plano de saúde mental para docentes e discentes.
Profa. Kátia Schaeffer – Nina/UNIRIO
- Com a possibilidade da volta às aulas presenciais, aumentou a angústia dos pais, responsáveis, estudantes e professores.
- O retorno às aulas, com a pandemia ainda presente, não seria negligência? Não há como pensar em protocolos sem pensar em quem vai executá-los.
- Não justifiquem o retorno à Escola com a preocupação com a aprendizagem escolar, pois ela também teria sua qualidade comprometida, sobretudo na Ed. Infantil, pela necessidade do distanciamento e demais exigências sanitárias.
- Escola não é depósito de crianças em hipótese alguma! O momento é de preservação da vida!
João Batista Berthier – Procurador-chefe da PRT-1 do Ministério Público do Trabalho/RJ
- Criamos um gabinete integrado somente para cuidar dos efeitos trabalhistas do Covid-19
- As autuações a empresários já geraram 16 milhões em multas, que foram repassadas para a confecção de máscaras e cestas básicas, no Rio de Janeiro.
- governo do Estado criou um gabinete de crise, mas não chamou o MPT para reuniões sobre o assunto.
- As Medias Provisórias 927 e 936 só prevêem negociação direta do empresário com o trabalhador. Criticamos o fato dos sindicatos serem excluídos de uma participação ativa nas negociações.
- Queremos, essencialmente, salvar vidas, depois vem a recuperação da economia.
- Os proprietários de escolas têm que pensar na responsabilidade que assumirão ao colocar vidas em risco com a volta às aulas presenciais, neste momento.
- Tem que haver planejamento antes de definir o momento da volta às aulas presenciais. Não confundir rapidez com imediatismo. Pode haver alguém aplaudindo o retorno, mas o preço a ser pago, posteriormente, pode ser muito alto.
Professora Malvina Tuttman – Presidenta do Conselho Estadual de Educação (CEE-RJ)
- É prematura a volta às aulas presenciais. Há uma insegurança nacional, promovida pelo governo federal e, no Rio, esta insegurança tem aumentado.
- Não vejo nenhum plano de financiamento e investimento na Educação para dar melhor estrutura às escolas, na volta às aulas.
- Nossas escolas não estão preparadas. Estão em péssimas condições.
- A Secretaria de Estado de Educação não chamou o Conselho Estadual de Educação para pensar, planejar e contribuir na elaboração do protocolo que a secretaria já considera pronto. Não podemos voltar às aulas presenciais agora, mas temos que pensar, planejar este retorno, juntos.
Oswaldo Teles – presidente do Sinpro-Rio
- O governo do Estado não convidou o Conselho Estadual de Educação, Ministério Público, sindicatos, mas convidou os patrões para a construção do protocolo da volta às aulas presenciais.
- Não há como voltar às aulas sem um debate profundo sobre isso. A vida sempre deve estar em primeiro lugar.
- Caso não haja bom senso na definição do momento de volta às aulas presenciais, vamos radicalizar esse processo, vamos propor greve das professoras e professores.
- Que o diálogo e o respeito prevaleçam sobre a loucura da defesa da economia em contraposição à defesa da vida. O país lidera o número de contágios e de mortes, e nossos governantes não estão sendo responsáveis com a vida da população.
- Estamos numa guerra pela vida. Salários, condições de trabalho dignas e a democracia são nossas metas, mas o mais importante, neste momento, é a preservação de nossas vidas.
Professor Ricardo – Sepe/RJ
- Não há nenhum canal de diálogo por parte do governo, mas há um diálogo franco entre os trabalhadores e trabalhadoras da Educação das escolas públicas e particulares.
- Se teimarem com a volta às aulas presenciais, entraremos em greve pela vida.
Professora “Duda” – Maria Eduarda Quiroga – Sepe-RJ
- Pais e mães também não querem a volta às aulas presenciais, pois não querem suas crianças contaminadas, levando a doença para suas casas.
Heleno Araújo – presidente da CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
- Estamos produzindo um documento sobre a volta às aulas, orientados pelo documento da Internacional da Educação que junto com a OMS- Organização Mundial da Saúde – apresenta recomendações para este retorno.
- É fundamental o diálogo social e político para um novo pacto educacional com todos os entes; que se empreendam esforços para a garantia do direito à educação para todos e todas; que haja infraestrutura sanitária e tecnológica nas escolas, compatíveis com esse momento de pandemia; novas tecnologias de suporte às aulas presenciais, com investimento em plataformas públicas e gratuitas; que os trabalhadores participem de paritárias com governantes e empresários.
Vereador Reimont – PT
- O Comitê Científico do Crivella não está amparado em legislação, não ouve os profissionais da Educação, o “chão da escola”.
- Obrigar a volta às aulas presenciais é colocar, por dia, nas ruas, mais de 800 mil pessoas. É uma grande irresponsabilidade!
Priscila da Cunha Bastos – Sindscope – Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II
- A abertura das escolas, neste momento, é impossível. Os governantes sabem disso, mas jogam nas costas do trabalhador a responsabilização da “escolha”, dizendo que os profissionais não querem voltar ao trabalho presencial. Os governantes e empresários colocam a discussão da volta às aulas associada à imposição da EAD, numa tentativa de promoção de um modelo excludente, higienista, que mercantiliza a Educação e desprofissionaliza os professores.
Pedro Boechat – UEES – União Estadual dos Estudantes Secundarista
- Não há como defender a volta às aulas presenciais. Se o estudante não se contaminar na escola, vai ser contaminado na ida ou na volta para casa, nos ônibus, no transporte público.
Gilson Reis – Coordenador-geral licenciado da Contee – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino
- Não dá para falar em retorno às aulas presenciais sem planejamento. A Contee se posiciona com base na ciência e na OMS – Organização Mundial de Saúde – e nos princípios da pedagogia.
- A pressão vem dos donos do negócio. Vamos construir uma posição de greve, caso insistiam nesta irresponsabilidade.
- Vamos fazer a resistência e a denúncia daqueles que querem transformar o retorno ao trabalho presencial num movimento de mortandade, assassinatos de professoras e professores.
Vereador Tarcísio Motta – PSOL
- Neste momento em que a morte nos rodeia, é preciso estarmos atentos e fortes. Direito à vida e à Educação devem andar juntos.
- Se houver indicadores satisfatórios da queda do Covid-19, poderemos pensar na volta às aulas presenciais, mas se não houver, não dá para voltar.
Deputado Estadual Waldeck Carneiro – PT
- A vida é um valor inquestionável e destaco a ciência como um valor fundamental. A decisão da volta às aulas presenciais não deve ser tomada por governantes por si só, nem por donos de escolas.
- A Educação já estava sob ataque do poder econômico, antes da pandemia, e com ela, isso se agravou.
Elizabeth Barbosa e Mariana Trotta – Andes – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
- As políticas de isolamento social têm que ser mantidas, reafirmando o direito à vida. Volta às aulas presenciais, só depois da pandemia.
Gabriela Laurindo – Sindpefaetec – Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec
- Dentro do ensino técnico, que necessita de laboratórios, é impossível a volta às aulas presenciais. Pedagogicamente falando, é preciso pensar na possibilidade de suspensão do ano letivo.
Juliana Santos – Conselho Tutelar
- Sou do Conselho Tutelar, eleita pela segunda vez na região da Leopoldina, atuando em 10 bairros do município do Rio. Pergunto: cadê os testes para trabalhadores em escolas públicas, como merendeiras e controladores de acesso? Muitas crianças e adolescentes não têm recebido nem cestas básicas. É mentira dizer que a maioria está recebendo.
- A Escola é o único serviço público ao qual crianças e famílias da maioria da população têm acesso. Quem leva a maioria das crianças às escolas são seus avós, que são os que mais correm risco de vida.
Márcio Cordero – Pai de Aluno da Escola Parque e advogado do Sinpro-Rio
- Não há como falar em volta às aulas presenciais sem planejamento. Sou pai de três filhos e não deixarei que eles voltem às aulas sem que haja segurança.
Juan Vidal – Aerj – Associação dos Estudantes do RJ
- É necessário um debate amplo com vários setores da sociedade para se planejar um retorno que não seja pautado pelos interesses dos poderosos! Queremos uma Educação que se volte para a maioria dos explorados e não para os privilégios dos exploradores.
Notícia originalmente publicado dia 13 de junho de 2020, logo após a realização da Plenária Virtual. A data foi alterada apenas para que a manchete ficasse em evidência e de fácil acesso à categoria.