Sinpro/RS: Quarta onda de protestos pede impeachment de Bolsonaro
Em Porto Alegre, mais de 90 mil pessoas participaram das manifestações. No estado, 61 cidades realizaram atos
No sábado, 24, que os movimentos sociais apelidaram de #24J, realizou-se a quarta onda de protestos nas ruas de todo país e exterior. Os organizadores estimam que 450 cidades no Brasil e dezenas no mundo tenham participado dos atos pelo impeachment de Bolsonaro. No Brasil, foram registrados atos e passeatas em todos os 26 estados e no Distrito Federal, em várias cidades, além de todas capitais.
Da Avenida Paulista, em São Paulo, o presidente da CUT Sergio Nobre destaca que 130 mil crianças crescerão sem pai e sem mãe, vítimas da covid-19. “Os responsáveis por isso são Bolsonaro e seu governo”, desabafou.
“Hoje é um dia histórico, pois desde de manhã, a classe trabalhadora, o povo brasileiro, está ocupando as ruas em todos os estados da federação, mas não apenas nas capitais”.
Segundo ele, o movimento está cada vez mais forte no interior porque a sociedade está ganhando consciência de que o quadro precisa mudar. “Estamos aqui na Paulista e no país inteiro por um Brasil diferente, que ande no caminho do desenvolvimento, da democracia, da geração de empregos e com Bolsonaro não dá. Há mais de 100 pedidos de impeachment gritando no Congresso Nacional e que só vai ser encaminhado se tiver pressão nas ruas. Por isso está de parabéns toda a nossa militância, dos movimento sindical e movimentos sociais por aumentar a mobilização cada vez mais”, conclui.
Marcha em Porto Alegre
Em Porto Alegre, a concentração da caminhada começou às 15h, no Largo Glênio Peres, e se espalhou da Prefeitura até a Av. Borges de Medeiros. Depois seguiu pelas principais ruas do Centro Histórico e se deslocou para o Largo Zumbi dos Palmares (Largo da Epatur), onde ocorreu a dispersão.
Organizada pelas centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos da oposição, a quarta onda de protestos registrou uma disparada dos números de atos confirmados já às vésperas dos eventos. Somente no Rio Grande do Sul, foram mais de 60 manifestações.
Além do impeachment, os manifestantes cobraram vacina para todos e todas, empregos e renda, auxílio emergencial de R$ 600, combate à fome, mais investimentos em saúde e educação, e não à reforma administrativa e às privatizações.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, afirma que este “foi o maior protesto de todos que já feitos este ano em Porto Alegre. Foi uma grande marcha pelo ‘Fora Bolsonaro’, mas também com esperança de construir um país soberano de direitos, de emprego, com renda e educação de qualidade para este povo que precisa tanto”.
Segundo ele, o protesto na capital chegou muito perto dos 100 mil esperados, com cerca de 90 mil manifestantes. Na avaliação da CUT isso se deve ao período de férias escolares e universitárias.
O ato de 29 de maio (29M) reuniu cerca de 30 mil pessoas, o de 19 de junho (19J), 50 mil, e o de 3 de julho (3J), 70 mil.
“Mesmo assim foram 61 cidades no estado e toda região metropolitana de Porto Alegre mobilizada”, avalia o dirigente.
Cenci projeta novos atos em agosto e aponta como objetivo dos movimentos sociais uma grande mobilização ainda maior no 7 de setembro.
Cenário
Os protestos deste sábado se deram em cenário marcado por mais de meio milhão de mortes pela covid-19 e pelo crescimento do número de desempregados, da miséria e da fome. Manifestantes são contrários à política de privatização, à proposta de reforma administrativa e ao racionamento dos investimentos nas áreas da saúde e da educação.