Sinpro Valinhos e Vinhedo: A quem interessa o desarranjo?
Os professores do ensino privado de Valinhos e Vinhedo, representados por seu sindicato, vêm a público esclarecer aos pais e à toda a comunidade da região alguns fatos importantes. Após inúmeras tentativas, não conseguimos até agora negociar com o sindicato representante das escolas particulares da educação básica do Estado de São Paulo (Sieesp) a CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO para 2018. Nossa Convenção Coletiva regulamenta tanto o reajuste salarial, que já deveria ter sido implantado em 1º de março passado, como as condições de trabalho dos professores. A intransigência e a recusa ao diálogo tem sido a marca registrada do representantes dos mantenedores de escolas. Dizendo-se respaldados pelos proprietários e mantenedores das escolas, insistem em retirar dos professores direitos conquistados ao longo de trinta anos de lutas:
- querem restringir ou eliminar a gratuidade para os filhos de professores
- insistem em abolir a garantia semestral de salários (quando um professor é demitido já com o semestre em andamento é praticamente impossível sua recolocação com o ano letivo em andamento)
- defendem a divisão e a pulverização das férias coletivas de julho
- querem reduzir o recesso de dezembro/janeiro
Esses e muitos outros direitos, todos historicamente garantidos nas cláusulas das convenções anteriores, vêm sendo objeto de ataque implacável dos representantes patronais. Será que as escolas de Valinhos e Vinhedo concordam com essa posição? Até onde nossos empregadores endossam, com seu silêncio, a destruição de direitos dos professores e a degradação de suas condições de trabalho? Será que os pais de alunos, que tanto se esforçam para honrar o pagamento das mensalidades sempre elevadas, sabem que a situação real é essa e o quanto ela representa uma ameaça aos professores e à educação de seus filhos?
Cabe uma reflexão: a quem interessa esse desarranjo? Já estamos no final de maio, os calendários escolares já foram feitos e aprovados, prevendo trinta dias de férias em julho e recesso de trinta dias em dezembro/janeiro. As bolsas para os filhos de professores já foram concedidas, o semestre está em andamento e os professores trabalhando como sempre. A quem interessa criar um clima de insegurança nas relações de trabalho? As escolas já reajustaram suas mensalidades e os pais, na maioria com sacrifício, estão pagando os novos valores. Nossa reinvindicação salarial foi de 3%, contra uma inflação de 2,14%. Será que os pais e a comunidade sabem disso? Será que sabem que, para aceitar negociar esse reajuste irrisório, os mantenedores exigem a retirada dos direitos, tornando precárias as condições de trabalho dos professores?
Todos sabemos da situação difícil em que o Brasil se encontra, mas não podemos aceitar tamanho desrespeito àqueles que optaram por educar e dedicaram sua vida a essa tarefa. Queremos respeito! Não aceitaremos retrocesso!
QUARTA-FEIRA, 23/05, É DIA DE MOBILIZAÇÃO ESTADUAL E ASSEMBLÉIA PERMANENTE NO SINPRO PARA ANALISAR A SITUAÇÃO E DELIBERAR SOBRE A GREVE.
Do Sinpro Valinhos e Vinhedo