SinproSP: 60% dos reajustes salariais de fevereiro ficam abaixo da inflação
Alta da inflação em fevereiro e agravamento da conjuntura econômica repercutiram muito nos acordos e convenções coletivas com data base em fevereiro. Entre 119 reajustes analisados pelo Dieese, 60,5% ficaram abaixo da inflação. Quase um quarto das negociações (24,4%) resultaram em aumento real e 15,1% conseguiram repor integralmente o INPC-Ibge. O resultado faz parte do levantamento “De Olho nas Negociações”, que o Dieese publica mensalmente.
Em relação aos resultados de janeiro, a pesquisa mostrou uma pequena piora dos resultados e confirma, mas uma vez, um ambiente cada vez mais hostil às negociações: inflação alta, estagnação econômica e desemprego elevado. O assunto foi tema do episódio mais recente do podcast SinproSP no Ar, que entrevistou o supervisor técnico do Dieese em São Paulo, Victor Pagani.
Esse cenário de dificuldade tende a perdurar e reforça a convicção de que a Convenção Coletiva de Trabalho da Educação Básica representa uma enorme conquista para toda a categoria, ao proteger os salários da corrosão inflacionária, com reajuste pela inflação e participação nos lucros já garantidos em 2022 e 2023 e direitos assegurados até 2024 (cláusulas econômicas) e 2025 (cláusulas sociais).
Também no Sesi e Senai, as negociações foram concluídas com êxito, com acordos coletivos que garantiram reajuste salarial pela inflação e renovação de todas as cláusulas sociais. No Senac-ensino superior, os professores se reúnem em assembleia no dia 25/03 para deliberar sobre uma contraproposta patronal apresentada na negociação.
A situação mais complicada está nas negociações com os mantenedores do ensino superior, que continuam em curso. Uma nova reunião está marcada para o dia 23/03.