SinproSP: Anhembi-Morumbi quer professores imprimindo prova
Uma enorme fila de professoras e professores esbaforidos, pendrives numa das mãos, envelopes na outra, ao final das aulas da manhã ou antes do início do período notuno, aguardando a vez para finalmente conseguirem ter acesso à copiadora e clicarem em “imprimir”. Essa é a cena que deve se repetir nas universidades que pertencem à Rede Laureate nas próximas semanas.
Ao receberem o comunicado “Procedimento para impressão e cópia de materiais para atividades acadêmicas e provas”, os professores da Anhembi Morumbi e da FMU ficaram sabendo que, já neste final de segundo semestre letivo de 2019, “a impressão das provas N2 (as avaliações finais) será realizada diretamente pelo professor, por meio de impressoras disponibilizadas na Central de Atendimento ao Docente (CAD)”. A partir do primeiro semestre de 2020, todos os instrumentos de avaliação, incluindo os que fazem parte da primeira etapa (Nota 1), deverão seguir o mesmíssimo procedimento.
O acesso às impressoras será possível por meio da digitação do CPF de cada usuário, “sendo necessário retirar a quantidade suficiente de sulfite junto aos atendentes da CAD para prosseguir com impressão”. Ainda muito gentilmente, sempre preocupada com seus professores (ou não…), a Laureate alerta que “é extremamente importante se programar antecipadamente para providenciar a impressão das provas, de forma a evitar qualquer imprevisto com a produção e aplicação das avaliações”. Nas entrelinhas, é possível inferir que, em caso de imprevisto, a culpa será do… professor, claro, que não se programou de foma adequada…
O que a Laureate faz questão de não dizer é que tarefas administrativas não são responsabilidade de professoras e professores, não fazem parte dos contratos deles – além disso, qualquer atividade docente cumprida fora do horário normal de trabalho deve ser remunerada como hora-extra. Professores não são obrigados, portanto, a seguir a tal determinação para impressão.
As novas exigências, estapafúrdias, não chegam a surpreender; afinal, a Laureate é conhecida, de longa data, pelas demissões em massa ao final de semestres e pela precarização das condições de trabalho dos professores que atuam na rede.