SinproSP: Desligamentos por morte nas escolas e IES de SP crescem 153% em 2021
Um estudo publicado pelo Dieese (link ao final) constatou aumento de 153% nos contratos de trabalho encerrados por morte de professores e demais funcionários nas escolas e instituições de ensino superior de São Paulo, entre janeiro e abril de 2021. Foram 531 desligamentos nos primeiros quatro meses de 2021 contra 210 no mesmo período do ano passado.
Os dados usados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, que reúne informações dos trabalhadores regidos pela CLT, com carteira assinada. Por isso, o trabalho do Dieese está concentrado em professores e empregados não docentes da rede privada de ensino, na educação básica e superior.
O estado de São Paulo é o décimo na relação de todas as unidades da Federação, mas responde por 35% dos desligamentos por morte no setor de Educação.
Em todo o Brasil, houve 1.479 desligamentos por morte na Educação entre janeiro e abril de 2021. Comparado ao mesmo período em 2020, representa um aumento de 128%, bem superior aos 86% apurados quando se consideram trabalhadores dos demais setores econômicos.
Em números absolutos, os subgrupos mais afetados no pais foram os professores do ensino superior (252) e da educação infantil e fundamental (237). Em percentuais, os professores do ensino médio foram as principais vítimas: o desligamento por morte aumentou 258%, três vezes do que foi constatado entre trabalhadores dos outros setores da economia.
O final de 2020 e início de 2021 foram marcados pela grande mobilização de grupos, como Escolas Abertas (mães de escolas de elite de São Paulo) e Ciência pela Escola (médicos pediatras) a favor da retomada das aulas presenciais. Pressionados, alguns governos estaduais e municipais cederam à pressão e passaram a flexibilizar regras para o ensino presencial.
Apesar de uma decisão da Justiça ter anulado a flexibilização no estado de São Paulo e proibido a convocação de professores para o trabalho presencial nas fases vermelha e laranja, as escolas privadas têm funcionado em sistema híbrido para os alunos. E foi assim que os professores voltaram às aulas presenciais, mesmo sem vacina, testagem e protocolos de verdade. Talvez esteja aí a explicação para a dramática constatação do Dieese.