SinproSP: Em audiência pública, sindicato denuncia descalabros do Grupo Vitamina

Organizada pelos mandatos do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) e do vereador Celso Giannazi (PSOL), em parceria com o SinproSP, a Audiência Pública que aconteceu na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 29 de agosto, contou também com a participação da professora Silvia Celeste Barbara, diretora do Sindicato.

Em sua fala, que colocou ainda mais em evidência as atrocidades praticadas pelo Grupo Vitamina, Silvia denunciou o processo de precarização de direitos e condições de trabalho das e dos docentes nas escolas de educação infantil do Grupo. Ela lembrou que os desmandos começaram em outubro de 2021, quando a organização deixou de reconhecer a Convenção Coletiva de Trabalho e adotou a nomenclatura ‘educador’ para substituir ‘professor’.

“Educador é todo mundo que tem uma ação educativa, inclusive pai, mãe, tia, tios, avós. O professor é uma categoria profissional”, afirmou a diretora durante a Audiência. O SinproSP, ao descobrir a situação, ainda em 2021, imediatamente convocou uma assembleia com os docentes do Grupo, online, já que na época as escolas ainda estavam fechadas.

“Então esses professores viram, do dia para a noite, desaparecidos os principais direitos coletivos. A gente achava que a tragédia era essa, mas à medida que o tempo foi passando, as coisas foram ficando cada vez mais complicadas”, explicou Silvia.

Os desmandos foram se acentuando, com condições insalubres para trabalhadores e alunos, jornadas exaustivas, falta de recursos e até de alimentos para as crianças. Não demorou muito para os salários atrasarem e outros pagamentos trabalhistas serem ignorados. “O Grupo Vitamina recebeu investimentos, um aporte de 50 milhões de dólares. Para onde foi esse dinheiro? O que que aconteceu a partir de 2022?”. As professoras e professores também tiveram dificuldades para se demitir, e não receberam as verbas rescisórias.

Para combater esses desmandos, o SinproSP já havia convocado uma mesa redonda com o Grupo e o Ministério Público do Trabalho (à qual o Vitamina não compareceu), entrou com ações na Justiça por conta da falta de pagamentos e também elaborou um detalhado memorial sobre toda a situação, entregue ao Ministério Público.

“O Ministério Público desmembrou o caso em quatro processos, e foram todos eles arquivados. Um deles inclusive alegando que se tratava só de um problema fiduciário e que as professoras tinham Sindicato para recorrer. Quer dizer, a pessoa que escreveu isso nem viu que era o Sindicato quem estava fazendo a denúncia”, destacou Silvia, indignada.

O SinproSP continua na luta pela garantia dos direitos das professoras e professores afetados, que devem ser cumpridos. Para denúncias, dúvidas e sugestões, entre em contato pelo https://www.sinprosp.org.br/atendimento-eletronico

Veja a íntegra da Audiência

Do SinproSP

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