Só quatro estados atingiram meta de ensino integral para 2024
A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) para que o Brasil entrasse em 2024 com pelo menos metade das escolas e 25% das matrículas das redes públicas de educação básica (ensino fundamental e médio) de forma integral não foi cumprida.
Até aí, estava previsto. No entanto, dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram um cenário desolador: das 27 Unidades Federativas (UFs), apenas quatro (Ceará, Paraíba, Piauí e Tocantins) conseguiram atingir a meta em sua totalidade, ou seja, 25% de matrículas e 50% de escolas – veja tabela.
Na forma parcial, a situação não é melhor. Enquanto cinco UFs – entre elas as quatro que alcançaram o êxito total – atingiram ou ultrapassaram o patamar de ter 25% das matrículas integrais, somente 12 conseguiram bater os 50% de suas escolas na modalidade.
O Nordeste foi a região que mais se aproximou em média dos 25% das matrículas com mais de sete horas de aulas, a exigência do ensino integral.
Foram 18%, sete pontos percentuais abaixo do desejados, mas acima dos 15% da média geral das matrículas.
Mais ricos têm baixa performance
Na outra ponta, o Sudeste contabilizou apenas 6,2%, 18,8 abaixo da disposição.
Os números são do Relatório do 4º Ciclo de Monitoramento de Metas do PNE.
Entre os três estados do Sul, o Rio Grande do Sul foi o mais distante da meta do PNE.
Foram 6% em matrículas e 33% no estabelecimento de escolas em tempo integral.
Segundo a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Educação do estado (SECRS), “a expansão do Ensino Médio em Tempo Integral é uma ação prioritária do governo para o período 2023-2026”.
O modelo gaúcho, explica, oferece nove horas de aulas diárias em uma matriz curricular própria que totaliza 1,5 mil horas de atividades por ano e 4,5 mil horas até a conclusão do ensino médio.
Até o final de 2023, a rede estadual contava com 111 instituições de Ensino Médio em Tempo Integral e a previsão para 2024 é a adesão de 94 escolas à modalidade integral.
Assim, conclui a SECRS, totalizará 18% das instituições de ensino da rede estadual.
Escolas
Entre as UFs que atenderam o patamar mínimo de ter 50% de escolas de tempo integral, mais uma vez os nordestinos se destacaram.
Das 12 UFs, cinco são do Nordeste (Alagoas, Ceará, Paraíba, Piauí e Sergipe), diante de três do Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), duas no Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo), uma no Norte (Tocantins) e uma no Sul (Santa Catarina).
Por apenas dois dígitos, com 48%, o também nordestino Maranhão deixou de participar desse elenco.
O estado do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, ainda aumentaria para cinco o número dos que atenderam plenamente a meta do PNE, uma vez que chegou a um índice de 33% de alunos matriculados, oito pontos acima da expectativa.
No geral, o destaque na corrida para cumprir a meta foi do Ceará que foi a UF que mais apresentou alunos matriculados e escolas de tempo integral, com índices respectivos de 41% e 78%.