Tarcísio ignora protestos e leiloa o 1º lote para privatizar a construção de escolas em SP
Consórcio Novas Escolas Oeste SP construirá e administrará 17 unidades no interior do estado; o segundo lote será leiloado em novembro
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE) vem a público manifestar sua veemente oposição ao leilão realizado nesta terça (29) pelo governador Tarcísio de Freitas. A iniciativa inaceitável marca o início do processo de privatização da rede estadual de ensino em São Paulo.
O Consórcio Novas Escolas Oeste SP, liderado pela Engeform Engenharia LTDA, venceu o leilão de privatização do 1° lote de construção e manutenção de 17 escolas públicas estaduais em São Paulo, com uma proposta de R$ 3,38 bilhões.
As 17 novas escolas serão erguidas nas cidades de Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga. O governo paulista já anunciou que um segundo lote, contendo 16 escolas, está previsto para novembro.
A empresa Engeform, principal ganhadora do processo, possui experiência na gestão de cemitérios e simboliza uma escalada preocupante rumo ao funeral da educação pública. Com a entrega das escolas à iniciativa privada, assistimos a um triste e alarmante desmonte da educação, direito de todos e não uma mercadoria a ser leiloada.
Essa decisão reflete uma visão equivocada sobre o papel do Estado no que tange promover a educação. A privatização do segmento é uma medida que prioriza interesses financeiros em detrimento do desenvolvimento humano e social. A educação deve ser tratada como um bem público, acessível aos brasileiros e às brasileiras, e não como uma oportunidade de lucro para grupos privados.
Convocamos a sociedade civil, estudantes, professores e profissionais da educação a se mobilizarem contra essa política privatista que ameaça o futuro da educação pública em nosso estado.
A CONTEE reitera seu compromisso com a luta pela defesa de uma educação de excelência, inclusiva e gratuita, e não permitirá que a lógica do mercado prevaleça sobre os direitos fundamentais da população. Precisamos barrar a ‘Pirataria Público-Privada do Governo Tarcísio que enterra a educação pública constantemente com as suas ações neoliberais e antidemocráticas.
Brasília, 30 de outubro de 2024
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino