Teatro do absurdo: reitor da UFVJM pede autorização da PM para bloquear vias

“É inaceitável também que tais protestos tenham por objetivo alterar vontade popular apresentada pelas urnas em 30 de outubro”, escreveu em nota a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão

O título desta nota de repúdio da Contee é uma crítica veemente ao “teatro do absurdo” que ganhou mais um capítulo da história recente do Brasil. Ninguém com bom senso e espírito democrático chancela estes atos ou a atitude do reitor.

O reitor da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), Janir Alves Soares, protocolou documento no 3° Batalhão da PMMG (Polícia Militar de Minas Gerais) pedindo apoio para bloqueio das estradas. A notícia foi veiculada nesta quinta-feira (3) pelo jornal Estado de Minas.

“Eu sou Janir Alves Soares, membro de um grupo de pessoas diamantinenses e apoiadores do movimento nacional pela INTERVENÇÃO FEDERAL, contra a posse de um LADRÃO, DESCONDENADO e CORRUPTO que pretende assumir a Presidência do nosso país”, disse o reitor.

Ele afirmou que se trata de movimento “pacífico” contra o presidente eleito Lula. Isto, na opinião da Contee, não é apenas absurdo, é surreal, pois comprova que “legítimo” e “democrático”, para o reitor, e para os bolsonaristas, seria apenas a vitória de Bolsonaro.

Manifestantes bolsonaristas protestam desde a derrota de Bolsonaro para Lula no segundo turno das eleições, realizadas no último domingo (30).

Eles bloquearam centenas de rodovias desde o resultado das urnas. E o reitor da UFVJM pede autorização da PM para cometer o mesmo ato de ilegalidade.

A PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão) emitiu nota pública quarta-feira (2), na qual afirmou que estímulos à continuidade dos bloqueios de vias e rodovias públicas são tão criminosos quanto os bloqueios que impedem o fluxo de pessoas e mercadorias pelo país.

“A PFDC entende que manifestações pacíficas são instrumentos importantes no regime democrático, sendo aceitáveis mesmo para exibir expectativas frustradas. Contudo, é incabível que tais manifestações interfiram nos direitos fundamentais do restante de nossa população. É inaceitável também que tais protestos tenham por objetivo alterar vontade popular apresentada pelas urnas em 30 de outubro”.

Diante dessa excrescência, a Direção da Contee manifesta seu mais veemente repúdio e pede a punição dessa figura nefasta que é o reitor da UFVJM.

Brasília, 4 de outubro de 2022.

Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino – Contee

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