Todo apoio e solidariedade à greve dos entregadores nesta quarta

Pelo direito ao trabalho digno, melhores salários e condições de trabalho as trabalhadoras e os trabalhadores em aplicativos como entregadores vão deflagrar uma greve de 24 horas nesta quarta-feira (1). O movimento já foi confirmado em pelo menos 18 estados do país.

Os capitalistas proprietários das plataformas digitais que utilizam do meio para inúmeras atividades no ramo de transporte, entre outros, se valem de um liberalismo sem regras, acordos ou convenções coletivas para impor condições de trabalho à margem dos direitos consagrados na CLT e na Constituição Federal, direitos esses que conferem às relações sociais um grau de maior civilidade, mas são simplesmente ignorados.

Auferindo lucros fabulosos durante a pandemia, os donos dos aplicativos se escudam na falácia da “modernização das relações de trabalho” para reproduzir condições sociais que já foram caracterizadas com muita propriedade como escravidão contemporânea. Falam também em economia de compartilhamento para dourar a pílula. O falso discurso oculta um retrocesso histórico secular.

A resposta da categoria eclode em contraposição à superexploração da força de trabalho neste novo ramo econômico. Ele emerge no bojo das novas tecnologias de comunicação que são apropriadas pelo capital para destruir todo o edifício do Direito do Trabalho e restabelecer as relações sociais de produção vigentes nos primórdios do capitalismo, quando a jornada de trabalho chegava a 16 horas e o assalariado não tinha qualquer garantia e proteção legal, sendo submetido a uma exploração sem freios.

O Direito do Trabalho é o produto da luta multissecular da classe trabalhadora pelo reconhecimento e pela dignidade humana. A regulação da jornada de trabalho cobrou muito sangue operário e o mesmo se pode dizer de outras conquistas históricas consolidadas na legislação trabalhista e inclusive na Carta Magna. O retrocesso das relações sociais também será interrompido e revertido pela luta, mais cedo ou mais tarde. Viva a greve e a luta dos entregadores.

Dignidade não tem preço!

Basta de exploração!

São Paulo, 30 de junho de 2020

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

CTB

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