Trabalhadores de todo o Brasil realizam atos contra a terceirização

Desde a madrugada de hoje (15), trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, incluindo diretores da Contee e de suas entidades filiadas, estão nas ruas contra o Projeto de Lei 4.330/04, que rasga a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), escancara a terceirização e promove uma imensa precarização nas relações trabalhistas.

A matéria volta a ser discutida nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados, depois que a análise dos destaques e emendas foi adiada na noite de ontem. Contudo, o texto-base, aprovado no último dia 8, traz pontos extremamente nocivos que precisam ser revertidos, entre os quais a terceirização das atividades-fins, a não responsabilidade solidária da empresa contratante e a não representatividade dos terceirizados pela mesma entidade sindical que representa os trabalhadores contratados diretamente pela empresa.

O coordenador da Secretaria-Geral da Contee, Cássio Filipe Galvão Bessa, e o coordenador da Secretaria da Saúde do Trabalhador, Luiz Gambim, participaram dos atos realizados em Porto Alegre. Na capital Gaúcha, motoristas e cobradores da Carris, empresa de ônibus controlada pela Prefeitura de Porto Alegre, e metroviários paralisaram as atividades no começo da manhã desta quarta-feira. Trabalhadores também se concentraram em frente à Fecomércio para partir em direção à Assembleia Legislativa.

O diretor da Plena Geraldo Profírio também esteve presente da manifestação em Goiânia, na Praça do Bandeirante. Servidores municipais da educação e da saúde, que estavam na Câmara Municipal de Goiânia, também se juntaram ao protesto, que reuniu mais de 3 mil pessoas. Durante a mobilização, dois caixões eram vistos no local. Um com o número da PL e outro com o nome do prefeito da cidade, Paulo Garcia.

Metalúrgicos de Betim e Contagem, em Minas Gerais, realizaram um protesto no começo da manhã na portaria da Refinaria Gabriel Passo, na região metropolitana de Belo Horizonte. Bancários distribuíram panfletos com texto contrário ao projeto de lei que amplia as possibilidades de terceirização nas empresas, na Praça Sete de Setembro, no centro da capital mineira. O coordenador da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Contee, João Batista da Silveira, marcou presença no ato em BH, enquanto, no interior do estado, a coordenadora da Secretaria de Comunicação Social, Cristina Castro, participou da manifestação no Calçadão da Rua Halfeld, no coração da cidade.

Em São Paulo, a manifestação na Ponde das Bandeiras reuniu trabalhadores convocados pelo Sindicato de Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema). Já os cancários realizaram ato em frente ao Itaú Unibanco Centro Administrativo. Por sua vez, alunos e funcionários da USP bloquearam o portão principal da Cidade Universitária até 9h30 e depois fizeram uma passeata até a estação Butantã do metrô, enquanto na Unicamp houve protesto com fechamento de ao menos três entradas ao campus. Além disso, metalúrgicos interditaram a pista lateral da rodovia Anchieta, sentido litoral. A coordenadora da Secretaria de Políticas Internacionais, Maria Clotilde Lemos Petta, e o diretor da Plena Ailton Fernandes participaram de ato na Avenida Paulista. Em Sorocaba, no interior de São Paulo, o protesto paralisa completamente o transporte urbano desde as 6h.

Em outros diversos estados e municípios, inúmeras categorias paralisaram suas atividades, com atos, manifestações, protestos e fechamento de rodovias. No Rio de Janeiro, funcionários dos Correios fizeram uma paralisação no Centro de Tratamento de Encomendas, em Benfica, na zona norte da cidade. Os trabalhadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sintufrj), e os trabalhadores de saneamento (Sintsama) também fizeram paralisação. Às 16 horas os manifestantes se concentram na Cinelândia para sair em passeata até a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

As paralisações começaram às 6h nas refinarias e fábricas do distrito industrial do Amazonas. Na Refinaria de Manaus (Reman), os petroleiros que paralisaram suas atividades se concentram em frente o portão principal. O protesto também contou com a participação de metalúrgicos, plásticos, gasistas e vigilantes.

Na Bahia, houve ato no aeroporto de Salvador e o setor automobilístico de Camaçari parou durante a manhã. Manifestações também estão sendo realizadas em Juazeiro, Itabuna, Jequié e outros municípios no estado. Bancários também cruzaram os braços e adiaram a abertura de agências bancárias em Salvador. Na capital baiana, o protesto contra o projeto de lei que amplia as possibilidades de terceirização nas empresas também teve a adesão de rodoviários, que atrasaram a circulação de ônibus, e dos portuários. A rodovia BR-324 foi bloqueada no sentido de Feira de Santana.

No Espírito Santo os trabalhadores portuários conseguiram força o suficiente para fechar os portos e pontes. Manifestantes realizaram protesto na Vila Rubim, em Vitória, no começo da manhã. Por conta disso, Polícia Rodoviária Federal desviou o trânsito local com destino a São Torquato.

Em São Luís do Maranhão, os trabalhadores bloquearam a entrada e a saída do campus da UFMA, no bairro do Bacanga, e a avenida dos Portugueses.  Já  em Brasília, motoristas e cobradores de ônibus pararam as atividades no começo da manhã.

Na Paraíba, trabalhadores tomaram as ruas das cidades de Patos, Campina Grande e João Pessoa.  Em Santa Catarina, a paralisação de motoristas e cobradores de ônibus em Florianópolis durou mais de duas horas. Metroviários e rodoviários também paralisaram as atividades no começo da manhã no Grande Recife, em Pernambuco. Ônibus deixaram de sair de vários terminais. Houve protesto ainda na Avenida Fernandes Lima, em Maceió, Alagoas, e no Largo Operário de Belém do Pará.

No Paraná, trabalhadores ligados ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba fizeram protestos em frente às fábricas da Volvo, da Bosch, da Volkswagen e da Renault na manhã desta quarta-feira. Os manifestantes fecharam as rodovias nos pontos de acesso às empresas. Durante a tarde a mobilização é na Praça Santo Andrade, na capital paranaense.

Em Fortaleza, capital do Ceará, várias ruas do centro estão fechadas uma passeata rumo à Praça do Ferreira, em protesto contra o PL 4.330.

Com informações do Portal CTB e da CUT

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