Trabalhadores defendem unidade para resgatar o Brasil para o povo brasileiro

A Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), que terminou na última quinta-feira (7), consolidou a unidade das centrais sindicais para avançar rumo a um Brasil mais democrático, justo e acolhedor para os trabalhadores e trabalhadoras que hoje são penalizados pelo governo Bolsonaro.

Ao longo destes quatro anos de governo, vimos o Brasil ser fatiado em pedacinhos e vendido a preço de banana. Avançaram uma série de agendas impopulares, como as reformas Trabalhista e Previdenciária, direitos foram retirados, a democracia se enfraqueceu, e a vulnerabilidade social aumentou. Hoje os brasileiros estão reféns de um tripé macroeconômico que só faz prejudicar quem trabalha e constrói este país, enquanto os ricos e os bancos lucram cada vez mais. Diante disso, nove centrais sindicais se uniram em torno do objetivo de derrotar este desgoverno e construir possibilidades para um novo país.

Segundo o vice-presidente da CTB, Bira, “a expectativa para o pós Conclat é ampliar, de maneira irrefutável, a unidade dos trabalhadores e dos democratas do Brasil para que a gente possa derrotar o Bolsonaro. Agora é hora de ampliar, não podemos permitir que o Bolsonaro continue no poder porque se não vai ser miséria, fome, prisão, expulsão do país, morte, desemprego… então nós precisamos fazer uma corrente forte de unidade, de todos aqueles que defendem a democracia, de todos que querem uma vida melhor para o nosso povo. Por isso, a expectativa agora, para depois da Conclat, é ampliar, ampliar e isolar totalmente o Bolsonaro, e derrotá-lo na eleição de outubro. Isso é fundamental para que a gente possa criar um novo mundo, uma nova perspectiva sem esse tripé macroeconômico que destrói a indústria nacional, que acaba com o emprego, acaba com a vida das pessoas, acaba com o Estado brasileiro”.

“Revogar a Reforma Trabalhista, que só traz atraso pro nosso povo, e a Reforma Previdenciária. Então a nossa expectativa é ganhar unidade, o mais ampla possível, para derrotar Bolsonaro e criar uma nova perspectiva para o Brasil. É importante a gente disputar com o presidente Lula. Apresentar nossas demandas a ele, para não deixar só o setor financeiro apresentando suas demandas. Vai ser possível vencer se a gente tiver a clareza de ampliar nossa unidade com todos aqueles que querem um país democrático, livre e soberano”, garante Bira.

Para José Faggian, presidente do Sintaema (Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do Estado de São Paulo), a Conclat foi um pontapé inicial para a construção de uma pauta mais avançada para os trabalhadores.  “Acreditamos que a principal tarefa da classe trabalhadora esse ano é derrotar esse projeto que está aí e apresentar um novo projeto que seja de fato do interesse dos trabalhadores. Dentro desse projeto, a pauta do saneamento está inserida. A gente passa hoje por um processo brutal de ataque aos direitos dos trabalhadores, e também de tentativa de entrega das riquezas do povo brasileiro, entre elas o saneamento e a água. A pauta que saiu aqui da Conclat contempla essa questão da manutenção do saneamento público contra as privatizações, e vai se desenvolver num novo período que vamos inaugurar ano que vem com certeza, na preservação desses direitos para que a gente possa continuar tendo um saneamento público de qualidade, para que a gente possa levar saúde para a população porque, no limite, o saneamento trata justamente de saúde. Nosso objetivo agora é levar uma pauta avançada e importante para os interesses dos trabalhadores, e desenvolver essa pauta e garantir a manutenção do saneamento público, manutenção dos empregos da categoria. E, principalmente, garantir a tranquilidade para o setor e os trabalhadores, para que a gente possa fornecer um serviço de qualidade porque água e saneamento não podem ser tratados como mercadoria, por isso devem ser administrados pelo setor público”.

O presidente da CTB-SP, René Vicente, alerta para a necessidade de ampliar a representatividade dos trabalhadores nas Casas Legislativas. “A Conclat é um momento importante de reflexão na busca de ampliação dos direitos e na construção de um país mais democrático, participativo e plural, onde a gente apresenta uma agenda aos presidenciáveis que aponta o caminho do crescimento com valorização do trabalho e distribuição de renda como eixo principal. E neste ano de 2022 é fundamental que as centrais sindicais façam o debate com a classe trabalhadora para que nós busquemos eleger o maior número possível de representantes nas assembleias legislativas, na Câmara Federal, para que tenhamos companheiros comprometidos com a luta da classe trabalhadora, porque hoje nós estamos muito mal representados em todos os parlamentos”.

“É importante que os trabalhadores assumam essa tarefa, que as centrais sindicais dialoguem com a classe trabalhadora, para que a gente possa elevar a nossa representatividade e reconquistar o Brasil para o povo brasileiro; um Brasil que atue no sentido do bem-estar da população, e não isso que nós estamos vendo, que é um Brasil voltado para o mercado financeiro, enquanto milhares de trabalhadores e trabalhadoras estão ao relento passando fome”, afirma René.

Já o secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, Carlos Müller, atenta para a importância de valorizar o trabalho a fim de fortalecer a economia e elevar de novo o Brasil ao lugar de potência econômica e criativa que preza pelo futuro com dignidade, emprego e democracia. “A Conclat é uma iniciativa que se reveste de importância para todos os trabalhadores e não só para uma categoria. O objetivo é levantar sugestões e, considerando a proximidade das eleições, apresentar aos candidatos que tenham disposição de dialogar com os trabalhadores a necessidade de se valorizar o trabalho no Brasil, estabelecer um programa de renda mínima e valorizar o salário mínimo. Porque não há como um país ser grande, representativo no cenário internacional, sem que ele valorize a renda do trabalhador. Isso é muito importante porque nenhum país conseguiu se tornar uma potência sem elevar a renda do trabalhador”.

CTB

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