Trabalhadores unidos contra a intervenção militar e imperialista no Mali
A intervenção militar e imperialista no Mali tem provocado a indignação dos trabalhadores e dos movimentos sociais e sindicais, a cujas manifestações se junta a Contee, que tem acompanhado a questão de perto através da Secretaria de Políticas Internacionais.
Em seu site, a Federação Sindical Mundial (FSM) publicou comunicado ressaltando que, “depois do genocídio em Ruanda e a destruição da Líbia, França continua utilizando as bases militares que mantém na África com a finalidade de fortalecer o seu papel na concorrência interimperialista, servindo aos interesses dos seus grupos de monopólios que estão pilhando as riquezas naturais (ouro, urânio, etc.)”.
A FSM denuncia que “este conflito, orquestrado por todos os governos beligerantes, é outro sangrento espetáculo no ferido continente africano que leva seu povo a pagar um preço muito alto”. “Os interesses dos franceses é proteger as minas de urânio encontradas nas regiões dos tuareg (povos seminômades) da África Ocidental. A concorrência interimperialista pelo controle das riquezas naturais do Mali institui governos fantoches nos países da África ao serviço das principais forças imperialistas.”
No comunicado, a FSM, “solidária com os trabalhadores, com os pobres do Mali e com os países da África Ocidental, denuncia com vigor a intensificação da agressividade das forças imperialistas na região, as quais estão deteriorando mais ainda a tão difícil condição de vida da gente daquela região, com o único objetivo de manter e aperfeiçoar o roubo das riquezas naturais que pertencem e devem ser utilizados em benefícios da população.”
A FSM também faz um chamado às centrais sindicais dos países envolvidos no conflito para que para que denunciem e atuem contra a participação dos seus governos. “A posição de cada sindicato na questão das guerras imperialistas é fundamental para identificar qual é a opinião e o tipo desta organização sindical. Os trabalhadores dos países imperialistas devem expressar sua solidariedade internacional com seus irmãos dos outros países.”
O diretor-executivo da CUT, Julio Turra, também expressou revolta em artigo publicado no site da central, relatando ter estado no início do mês na Argélia, onde foi proposta pela União Geral dos Trabalhadores (UGTA) e pelo Partido dos Trabalhadores daquele país “a convocação de uma segunda sessão da Conferência de emergência contra as guerras de ocupação e pilhagem tendo no centro a preocupação com uma iminente intervenção militar no vizinho Mali”.
“A preocupação justificada dos companheiros argelinos era que uma nova ação imperialista na região, agora no Mali, ameaçava seu próprio país, cujo governo vinha se recusando a apoiar uma intervenção estrangeira, resistindo às pressões dos EUA e França. Entretanto, desde 12 de janeiro, o governo francês do ‘socialista’ François Hollande iniciou um ataque militar no Mali, com o pretexto de ‘luta contra o terrorismo’.”
Segundo o cutista, “a grande maioria das centrais sindicais africanas, que em dezembro estiveram presentes no congresso da Organização pela Unidade Sindical Africana (Ousa), realizado em Argel, se pronunciaram por uma solução negociada entre os malineses para a crise instalada em seu país e contra uma intervenção estrangeira”. “A CUT, que condenou a operação militar contra a Líbia, não ficará alheia à solidariedade aos trabalhadores e povo do Mali que é a quem cabe, com toda soberania, decidir o seu próprio destino. Fora as tropas francesas do Mali!”
Com informações da FSM e da CUT