Valor investido em educação e saúde é 212 vezes maior que o investido nos estádios

Com R$ 1,7 trilhão, o total de recursos aplicado nas áreas de Educação e Saúde supera em 212 vezes o investimento em estádios da Copa do Mundo 2014, de 2010 até 2013. Esta foi a mensagem do pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff, reforçado no Café com a Presidenta desta segunda-feira (16), em que ela rebate críticas sobre o investimento no mundial.

“Vale lembrar ainda que os orçamentos da saúde e da educação estão entre os que mais cresceram no meu governo. É preciso olhar os dois lados da moeda, a Copa não representa apenas gastos, ela traz também receitas para o país. É fator de desenvolvimento econômico e social, gera negócios, injeta bilhões de reais na economia, cria empregos”, analisou.

Dilma também destacou a evolução do Brasil que sediou a Copa de 1950 para o País de hoje. Ela lembra que somos a sétima economia do planeta e líderes no mundo em diversos setores da produção industrial e do agronegócio. Segundo a presidenta, nos últimos anos, o país promoveu um dos mais exitosos processos de distribuição de renda, de aumento do nível de emprego e de inclusão social.

“Reduzimos a desigualdade em níveis impressionantes, levando, em uma década, 42 milhões de pessoas à classe média e retirando 36 milhões de brasileiros da miséria. Somos também um país que, embora tenha passado há poucas décadas por uma ditadura, tem hoje uma democracia jovem, dinâmica e pujante. Desfrutamos da mais absoluta liberdade e convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar cada vez mais nossas instituições democráticas”, exaltou.

Em nome do povo brasileiro, Dilma aproveitou para saudar todos que chegam para esta Copa do Mundo, iniciada na última quinta-feira (12), com a presença da presidenta. Na ocasião, o Brasil derrotou a Croácia por 3 x 1, em São Paulo, na Arena Corinthians.

“Saúdo a todos que estão chegando para essa que será também a Copa pela paz e contra o racismo. A Copa pela inclusão e contra todas as formas de violência e preconceito. A Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo e do entendimento. O Brasil, como Cristo Redentor, está de braços abertos para acolher todos vocês”, afirmou.

Confira abaixo a transcrição da entrevista:

O Café com a Presidenta de hoje apresenta o pronunciamento que a presidenta Dilma Rousseff fez à nação na última semana sobre a Copa do Mundo 2014

Rádio Nacional, 16 de junho de 2014

Luciano Seixas: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e estou aqui para apresentar a vocês o pronunciamento que a presidenta Dilma Rousseff fez à nação na última semana sobre a Copa do Mundo 2014. A presidenta deu boas-vindas aos turistas que chegaram ou que ainda vão chegar para acompanhar, aqui no país, os jogos da Copa das Copas.

Presidenta: Em nome do povo brasileiro, saúdo a todos que estão chegando para essa que será também a Copa pela paz e contra o racismo. A Copa pela inclusão e contra todas as formas de violência e preconceito. A Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo e do entendimento. O Brasil, como Cristo Redentor, está de braços abertos para acolher todos vocês.

Luciano Seixas: A presidenta falou da organização da Copa.

Presidenta: Para qualquer país organizar uma Copa é como disputar uma partida suada e, muitas vezes, sofrida, com direito a prorrogação e disputa nos pênaltis. Mas o resultado e a celebração final valem o esforço. O Brasil venceu os principais obstáculos, está preparado para a Copa, dentro e fora do campo. Para que essa vitória seja ainda mais completa é fundamental que todos os brasileiros tenham uma noção correta de tudo o que aconteceu, uma visão sem falso triunfalismo, mas, também, sem derrotismo ou distorções. Os pessimistas diziam que não teríamos Copa porque não teríamos estádios. Os estádios estão aí, prontos. Diziam que não teríamos Copa porque não teríamos os aeroportos, praticamente dobramos a capacidade dos nossos aeroportos. Eles estão prontos para atender quem vier nos visitar, prontos para dar conforto a milhões de brasileiros. Chegaram a dizer que iria haver racionamento de energia. Quero garantir a vocês: não haverá falta de luz na Copa nem depois dela, o nosso sistema elétrico é robusto, é seguro, porque trabalhamos muito para isso. Chegaram também ao ridículo de prever uma epidemia de dengue na Copa em pleno inverno no Brasil. Além das grandes obras físicas e da infraestrutura, estamos entregando um sistema de segurança capaz de proteger a todos, capaz de garantir o direito da imensa maioria dos brasileiros e dos nossos visitantes que querem assistir os jogos da Copa. Estamos entregando também um moderno sistema de comunicação e transmissão, que reúne o que há de mais avançado em tecnologia, incluindo redes de fibra ótica e equipamentos de última geração em todas as 12 sedes.

Luciano Seixas: A presidenta enfatizou, mais uma vez, que as obras de infraestrutura entregues nas 12 cidades-sede não são exclusivas para a Copa.

Presidenta: Minhas amigas e meus amigos, a Copa apressou obras e serviços que já estavam previstos no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Construímos, ampliamos ou reformamos aeroportos, portos, avenidas, viadutos, pontes, vias de trânsito rápido e avançado sistema de transporte público. Fizemos isso em primeiro lugar para os brasileiros. Tenho repetido que os aeroportos, os metrôs, os BRTs e os estádios não voltarão na mala dos turistas, ficarão aqui beneficiando a todos nós. Uma Copa dura apenas um mês. Os benefícios ficam para toda a vida. Os novos aeroportos não eram necessários apenas para receber os turistas na Copa, com o aumento do emprego e da renda, o número de passageiros mais que triplicou nos últimos dez anos, de 33 milhões, em 2003, saltamos para 113 milhões de passageiros no ano passado, e devemos chegar a 200 milhões em 2020. Por isso, precisávamos modernizar nossos aeroportos para, acima de tudo, melhorar o dia a dia dos brasileiros, que cada vez mais viajam de avião. Agora, também temos estádios modernos e confortáveis de Norte a Sul do país, à altura do nosso futebol e dos nossos torcedores. Além de servir ao futebol, serão estádios multiuso, vão funcionar também como centros comerciais de negócios e de lazer, e palcos de shows e festas populares.

Luciano Seixas: Dilma Rousseff rebateu críticas de que os recursos da Copa deveriam ter sido aplicados na saúde e na educação.

Presidenta: Escuto e respeito essas opiniões, mas não concordo com elas. Trata-se de um falso dilema. Só para ficar em uma comparação, os investimentos nos estádios, construídos, em parte, com financiamento dos bancos públicos federais e, em parte, com recursos dos governos estaduais e das empresas privadas, somaram R$ 8 bilhões. Desde 2010, quando começaram as obras dos estádios, até 2013, o governo federal, os estados e os municípios investiram cerca de R$ 1,7 trilhão em educação e saúde. Repito, R$ 1,7 trilhão. Ou seja, no mesmo período, o valor investido em educação e saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor investido nos estádios. Vale lembrar ainda que os orçamentos da saúde e da educação estão entre os que mais cresceram no meu governo. É preciso olhar os dois lados da moeda. A Copa não representa apenas gastos, ela traz também receitas para o país. É fator de desenvolvimento econômico e social, gera negócios, injeta bilhões de reais na economia, cria empregos. De uma coisa não tenham dúvida, as contas da Copa estão sendo analisadas minuciosamente pelos órgãos de fiscalização. Se ficar provada qualquer irregularidade, os responsáveis serão punidos com máximo rigor.

Luciano Seixas: A presidenta fez ainda comparações entre o Brasil de hoje e o que sediou a Copa de 1950.

Presidenta: O Brasil que recebe esta Copa é muito diferente daquele país que, em 1950, recebeu sua primeira Copa. Hoje, somos a sétima economia do planeta e líderes no mundo em diversos setores da produção industrial e do agronegócio. Nos últimos anos, nosso país promoveu um dos mais exitosos processos de distribuição de renda, de aumento do nível de emprego e de inclusão social. Reduzimos a desigualdade em níveis impressionantes, levando, em uma década, 42 milhões de pessoas à classe média e retirando 36 milhões de brasileiros da miséria. Somos também um país que, embora tenha passado há poucas décadas por uma ditadura, tem hoje uma democracia jovem, dinâmica e pujante. Desfrutamos da mais absoluta liberdade e convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar cada vez mais nossas instituições democráticas. Instituições que nos respaldam, tanto para garantir a liberdade de manifestação como para coibir excessos e radicalismo de qualquer espécie.

Luciano Seixas: Ao final, a presidenta Dilma Rousseff dedicou palavras de carinho aos nossos atletas que disputam o Mundial de futebol e a todos os desportistas do Brasil.

Presidenta: Meus queridos jogadores e querida comissão técnica, debaixo da camisa verde e amarela, vocês materializam um poderoso patrimônio do povo brasileiro. A seleção representa a nacionalidade, está acima de governos, de partidos e de interesses de qualquer grupo. Por isso merecem que um dos legados desta Copa seja também a modernização da nossa estrutura do futebol e das relações que regem nosso esporte. O Brasil precisa retribuir a vocês e a todos os desportistas tudo o que vocês têm feito por nosso povo e por nosso país. O povo brasileiro ama e confia em sua seleção. Estamos todos juntos para o que der e vier. Viva a paz! Viva a Copa! Viva o Brasil!

Luciano Seixas: Você acompanhou, aqui no Café com a Presidenta, a reapresentação do pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff sobre a Copa do Mundo 2014. Esse e outros programas você encontra no Portal Brasil, no endereço www.brasil.gov.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!

Ouça a íntegra da entrevista (09min26s) da Presidenta Dilma

Do Blog do Planalto

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