Vamos discutir melhor saída para o ensino médio, diz Lula; alunos querem revogação
“Não dá para revogar sem ter o que colocar no lugar”, disse o presidente neste dia em que os estudantes foram às ruas, pela segunda vez, pedir a revogação da reforma do ensino médio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (19) que vai debater com entidades a melhor saída para o ensino médio. E que “sem ter nada para colocar no lugar” não há possibilidade de revogar o Novo Ensino Médio (NEM), como reivindicam estudantes, professores e especialistas em educação. Lula fez a afirmação em solenidade de lançamento do Plano Plurianual Participativo (PPA).
Segundo Lula, ainda durante o período de transição teria sido decidida a continuidade da reforma. Mas começou então uma discussão sobre revogar ou não – o fez o governo criar um grupo para debater a “melhor saída para aperfeiçoar o nosso ensino médio”. “É muito sério o que aconteceu com o ensino médio neste país e, portanto, nós temos de tratar com a maior seriedade.”
É grande a pressão sobre o governo, que afirmou que não revogaria a reforma, mas “aperfeiçoará”. No último dia 5, o Ministério da Educação publicou portaria prevendo suspensão do processo de implementação nas escolas, com prazo de 60 dias para avaliação e reestruturação da política. Na prática, a suspensão dos prazos trouxe mudanças para a rotina das escolas. As diretrizes continuam as mesmas.
Atos pela revogação do Novo Ensino Médio
Ao longo dia, houve passeatas em diversas partes do país neste segundo dia nacional de mobilização pela revogação. Os estudantes reivindicaram também paz nas escolas, que viraram alvo de ataques violentos.
Em Porto Alegre, os secundaristas gaúchos pediram também a volta do benefício do transporte escolar. Uma lei municipal sancionada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), em dezembro de 2021, retirou a garantia de 50% de desconto na passagem. Desde então, todos os estudantes têm de comprovar residência na capital e declarar renda familiar para a aquisição do benefício.
Na capital paulista, a concentração foi na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP). Em estudantes, os manifestantes desceram pela rua Augusta até a Praça da República, no centro. Ali fizeram ato diante da Secretaria Estadual de Educação.
Em Brasília, houve ato diante do Ministério da Educação (MEC), no início da tarde.