“Vencemos a eleição mais difícil e importante de nossa história”, destaca Gilson Reis
Esse entendimento foi unânime na Diretoria Executiva. E ainda que a disputa pelos rumos do novo mandato que Lula vai iniciar em 1º de janeiro de 2023 vai ser mais difícil que nos dois mandatos anteriores (2003-2010)
Na primeira reunião pós-eleições, realizada virtualmente nesta terça-feira (8), a Diretoria Executiva da Contee concluiu que “vencemos a eleição mais difícil e importante de nossa história”. Essa foi a avaliação, corroborada por todos os presentes na reunião, do coordenador-geral da Confederação, Gilson Reis.
“Derrotamos muitas estruturas do Estado brasileiro”, pontificou Reis. Entre elas, os setores conservadores da Igreja Católica e as igrejas neopentecostais de orientação protestante.
Tratou-se de “vitória estrondosa e acachapante”, menos pela quantidade de votos à frente do adversário e mais pela importância e pela estrutura enfrentada pela oposição, tendo à frente o ex-presidente, eleito presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da Frente Ampla Democrática, que sustentou a candidatura de Lula no segundo turno da eleição, em 30 de outubro.
Consciência do povo
“Ganhamos na unha, pela força incomensurável do povo brasileiro”, observou Reis na análise de conjuntura. Houve “muita consciência do povo brasileiro, sob a liderança de Lula”, enfatizou.
“A construção da Frente Ampla ajudou a ganhar a eleição e deverá ajudar a governar”, destacou o coordenador-geral. Vai ser um “governo de reconstrução nacional”, pontificou.
Lula disse em ato no Tuca, em São Paulo, às vésperas da realização do segundo turno, que o governo vitorioso “não será do PT”. Isso mostra dois elementos: a consciência do presidente eleito diante do desafio de governar em conjuntura muito mais difícil do que foram as duas gestões de Lula (2003-2010); e o nível de disputa que está presente nesta relevantíssima vitória político-eleitoral.
Cenário de transição
O objetivo agora é “retomar o trabalho dos comitês populares de campanha”, nesse cenário de transição de governo, para “organizar a sociedade”, disse Reis. Precisamos “reorganizar” a categoria dos trabalhadores em educação. “Ganhamos uma batalha. Terão outras pela frente”, enfatizou.
Agenda dos trabalhadores em educação
CPI do MEC, Reforma Trabalhista (que é ótima para o capital) e confrontação do neofascismo são algumas das pautas que a Contee vai enfrentar e trabalhar para superar, na opinião da Diretoria Executiva.
“Organizar nosso povo” diante da força demonstrando pelo chamado bolsonarismo, cujo candidato recebeu mais de 58 milhões de votos. Lula foi eleito com pouco mais de 60 milhões de sufrágios. “Derrotamos o neofascismo”, pontificou Gilson e agora teremos “um governo em disputa” para defender.
“Derrotamos [eleitoralmente] o neofascismo no Brasil”, finalizou o coordenador-geral da Contee.
Fortalecimento das instituições
A coordenadora da Secretaria de Defesa das Diversidades, Direitos Humanos, Respeito às Etnias e Combate ao Racismo, Margot Andras, viu nesta disputa, encerrada dia 30 de outubro, o “fortalecimento das instituições”, como o STF (Supremo Tribunal Federal), que se posicionou ao “lado da democracia”, formulou.
Foi “vitória histórica”, disse o coordenador da Secretaria de Finanças, Rodrigo de Paula. “Disputamos contra a máquina do Estado”, lembrou. A composição costurada por Lula, no segundo turno, ampliou o arco de forças políticas e sociais, que permitiu a vitória, no entendimento de Rodrigo.
Na compreensão de Madalena Guasco, coordenadora da Secretaria-Geral da Confederação, a vitória de Lula, neste contexto de polarização extrema, foi o “desmonte do arcabouço da direita fascista”. E o que permitiu isso foi a construção, segundo Guasco, de “ampla aliança democrática”, que “aviltou o Estado brasileiro”, disse.
“Ganhamos da direita, não do neoliberalismo”, pontificou a dirigente. Agora, ainda segundo a compreensão de Guasco, é preciso levantar as bandeiras estruturantes dos trabalhadores da educação privada no Brasil.
O coordenador da Secretaria de Comunicação Social, Alan Francisco de Carvalho, resumiu o que foi a “batalha hercúlea da comunicação” no período eleitoral para colocar a Contee na campanha de Lula Presidente. A decisão, na opinião dele, foi mais que acertada. Durante a reunião, Carvalho também apresentou o relatório do trabalho da equipe de Comunicação nos últimos dois meses. O resultado da disputa, segundo ele, é o melhor argumento para esse acerto da direção da Contee.
Agenda da Contee em Brasília
Ao final dos debates, o coordenador-geral informou a agenda da Contee em Brasília, que passa por reuniões no Senado — cujo propósito é a luta pela instalação da CPI do MEC — e audiência pública na Câmara dos Deputados.
A Contee também vai participar de reunião no Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) para elaborar pauta de demandas da categoria no Congresso Nacional. E, ainda, de conversa com advogado criminalista para estudar a possibilidade de a Confederação processar a ex-ministra Damares Alves, eleita senadora da República por divulgação, em igrejas, de graves mentiras, as chamadas fake news.
Atividades e informes
Depois do debate de conjuntura, os dirigentes passaram à pauta das atividades das quais a Contee vai participar e/ou realizar. Na próxima semana, o congresso eleitoral da CEA (Confederação Nacional dos Educadores Americanos). Ainda em novembro, reunião da Diretoria Plena. o início de dezembro, novo encontro para tratar do financiamento das entidades sindicais. E, em março, encontro nacional dos auxiliares de administração escolar e técnicos administrativos.
Marcos Verlaine, com colaboração de Táscia Souza