Contee prepara agenda de reuniões com ministros do governo Lula

Disputar o governo de frente ampla, retomar a pauta da Confederação, no governo e no Congresso. Este é o entendimento comum da entidade

A Direção Executiva da Contee prepara reuniões com ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia é se reunir com os ministros da Educação, senador licenciado Camilo Santana; da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; do Trabalho e Emprego, deputado licenciado Luiz Marinho; e da Previdência, Carlos Lupi.

Este foi o principal encaminhamento da reunião da Direção Executiva da Contee realizada virtualmente, nesta quinta-feira (26), entre outras deliberações. Na pauta, ainda, a agenda de demandas da Confederação, em particular, a questão da regulamentação do trabalho nas instituições de ensino privado.

Antes de entrar nos encaminhamentos de ordem prática da pauta da reunião, o coordenador-geral da Confederações, Gilson Reis apresentou análise de conjuntura em que abordou o cenário nacional após a tentativa de golpe de Estado, dia 8 de janeiro.

Além da abordagem do cenário internacional em que o Brasil está inserido após a vitória de Lula, que o coordenador-geral destaca “como a volta do prestígio do País” na América Latina.

Tensão nos primeiros dias de governo

Uma semana depois de o presidente Lula tomar posse, em apoteótica festa popular na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no mesmo espaço, hordas bolsonaristas, sob a proteção da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) invadiram, depredaram e pilharam as sedes dos três poderes da República.

Assim, “houve muita tensão nos primeiros dias de governo”, destacou o coordenador-geral da Contee. Foi “tentativa de golpe [de Estado]”, asseverou. Felizmente houve “reação rápida [do governo] contra o golpe”, pontificou.

Após a tentativa frustrada de golpe de Estado Lula articulou com chefes dos “outros poderes e governadores de estados” para responder ao golpismo, chamou a atenção o coordenador-geral da confederação.

A partir daí houve ação coordenada “da Justiça e das polícias”, destacou Gilson, em particular da Federal para identificar e prender os vândalos que causaram cenas de terror e destruição na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Bolsonarismo acusou o golpe

Depois dos eventos trágicos do dia 8 de janeiro, o bolsonarismo ficou isolado politicamente e Lula capitaliza contra a ação tresloucada dos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em Miami, nos Estados Unidos. Ele viajou na véspera da posse de Lula.

Segundo Gilson, “o bolsonarismo sentiu a ‘porrada’”, pois “a ação tresloucada causou mais prejuízos [políticos e financeiros] que dividendos políticos”, ponderou.

Ele listou vários desdobramentos políticos pós o 8 de janeiro: melhoria das relações do governo com alto comando das Forças Armadas, que não embarcou na tentativa de golpe, indicação de legalista para o Comando do Exército, militares das FFAA poderão responder por crimes cometidos na ação golpista, governo se uniu com a Câmara e Senado, entre outras ações positivas para o chefe do governo federal.

Em nível das forças políticas no Congresso, setores do PL (Partido Liberal), partido que Bolsonaro disputou as eleições, sinalizou apoio ao governo, o que isola cada vez mais os setores mais radicalizados do bolsonarismo.

Governo em disputa

Depois das tensões iniciais provocadas pelas ações e desdobramentos do chamado “8 de janeiro”, o “governo vai tomando posição”, disse Gilson. “O governo está em composição e montagem do 2º e 3º escalões”, apontou.

O governo ainda não recebeu o FNPE [Fórum Nacional Popular de Educação]”, lembrou o dirigente sindical. “O MEC (Ministério da Educação) está sendo construído sob a lógica da privatização”, criticou.

Diante desse quadro apontado por Reis, é preciso “impulsionar o governo para campo mais progressista”. E finalizou informando que as centrais sindicais pressionam o governo pela reconstrução de política de valorização e aumento real do salário mínimo.

Reposicionamento do movimento sindical

No entendimento do coordenador da Secretaria de Finanças da Contee, Rodrigo de Paula, o “movimento sindical se reposiciona, partir da vitória de Lula.” Ele disse ainda que agora é preciso “resgatar as patas da Contee no Congresso e no debate com o MEC.”

Colocar o povo na rua, fazê-lo governar com Lula, a fim de fortalecer o governo e, por conseguinte, fortalecer o movimento sindical. Este é o entendimento da coordenadora da Secretaria de Defesa das Diversidades, Direitos Humanos e Respeito às Etnias e Combate ao Racismo, Margot Andras.

Encontro dos técnicos administrativos e auxiliares

Em março, de 3 a 5, em São Paulo, a Contee realiza o 10º Encontro dos Técnicos Administrativos e Auxiliares da Confederação. Sob a coordenação do secretário de Assuntos Jurídicos, Leandro Batista, a entidade espera reunir os representantes do segmento para debater conjuntura política, sustentação financeira das entidades, Reforma Trabalhista, entre outros temas.

Está também na pauta do encontro a organização dos técnicos/auxiliares da Contee, piso salarial, convenção/acordo nacional.

Segundo Leandro, estão inscritas 81 pessoas; das 24 entidades de auxiliares da base da Contee, 19 irão participar do evento. Das 18 entidades mistas, duas irão participar do 10º Encontro. A Diretoria Executiva da Confederação foi instada a participar do evento e contribuir com a agenda apresentada para discussão na Executiva

Marcos Verlaine

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