Ataque à educação faz parte do genocídio palestino

De acordo com relatório da ONU, mais de 80% das escolas de Gaza foram gravemente danificadas ou destruídas pelos bombardeios israelenses

A região de Gaza enfrenta uma crise educacional sem precedentes devido aos impactos devastadores dos conflitos armados. Segundo matéria publicada pelo Sputnik Brasil, a partir de reportagem veiculada pelo New York Times, a infraestrutura escolar em Gaza foi severamente atingida, afetando milhares de crianças e jovens.

O artigo destaca a gravidade da situação, alertando para as consequências que o massacre promovido por Israel terá sobre toda uma geração. De acordo com relatório da Organização Nações Unidas (ONU) citado na reportagem, mais de 80% das escolas de Gaza foram gravemente danificadas ou destruídas pelos combates. Os relatos revelam escolas reduzidas a escombros, salas de aula destruídas e uma infraestrutura educacional em ruínas. Essa realidade não apenas interrompe o acesso à educação para crianças e jovens, mas também compromete seu desenvolvimento intelectual e emocional.

Segundo o Sputnik Brasil, o Ministério da Educação palestino e mais de duas dezenas de funcionários da ONU acusaram Israel de atacar deliberadamente instalações educativas e hospitais. “Pode ser razoável perguntar se existe um esforço intencional para destruir completamente o sistema educacional palestino, uma ação conhecida como ‘escolasticídio’”, considerou um grupo de 25 especialistas da ONU em comunicado divulgado no mês passado. “Esses ataques não são incidentes isolados. Eles apresentam um padrão sistemático de violência que visa desmantelar os próprios alicerces da sociedade palestina”.

Educação como inimiga

A escolha da educação como inimiga não é novidade e foi usada inclusive no Brasil. Foi o que aconteceu na ditadura civil-militar, com a perseguição a professores e estudantes e o desmonte da escola pública. E foi o que aconteceu também recentemente, durante os governos Temer e Bolsonaro, com congelamento de investimentos, reforma do ensino médio privatista e precarizante, desprofissionalização do magistério, reforma trabalhista e terceirização, descumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), escolas cívico-militares e histeria generalizada contra qualquer tipo de iniciativa por uma educação antirracista, não machista e não LGBTfóbica.

Acontece que, de maneira mais profunda, parece bastante evidente que o ataque à educação e a destruição de escolas em Gaza faz parte das estratégias israelenses para genocídio do povo palestino. Destruir a educação porque ela é a síntese da resistência cultural e de pensamento de um povo.

Solidariedade

Diante do cenário desolador, a Contee manifesta sua profunda solidariedade às comunidades escolares em Gaza e ao povo palestino como um todo. É imprescindível que a comunidade internacional reconheça a urgência dessa situação e atue de forma decisiva para reconstruir a infraestrutura educacional em Gaza, garantindo o acesso à educação para todas as crianças e jovens afetados pelo conflito. Além disso, é necessário o cessar-fogo imediato, para reconstruir e promover um ambiente seguro e propício ao aprendizado, livre de violência e destruição.

A Contee reitera seu compromisso em apoiar iniciativas que visem à reconstrução e à promoção da educação em Gaza, bem como em todas as regiões afetadas por conflitos armados. Acreditamos que investir na educação é investir no futuro das próximas gerações e na construção de um mundo mais justo e pacífico.

Brasília, 7 de maio de 2024.

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee

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