Lousa de giz x lousa digital: as distintas oportunidades ofertadas pelo “NEM”

“A base da reconstrução do Brasil e da educação pública” passa pela “revogação” da contrarreforma da educação, que foi feito por meio de medida provisória no governo do golpista Michel Temer (MDB)

“A Reforma do Ensino Médio é desproporcional” ou incompatível com a realidade da imensa maioria dos estudantes brasileiros das escolas públicas, disse Jade Beatriz, que é presidenta da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas).

Ela participou do Contee Conta desta segunda-feira (13), que debateu com o coordenador-geral da Confederação, Gilson Reis, sob a mediação da jornalista Táscia Souza, “Por que revogar o Novo Ensino Médio?”.

“Os estudantes das escolas públicas estão na lousa de giz”. “E os estudantes das escolas privadas estão na lousa digital”, esta é a desproporcionalidade, segundo Jade, que o NEM (Novo Ensino Médio) explicitou, desde a implementação da Lei 13.415/17, que institui o “Novo Ensino Médio”.

Mercado de trabalho

O “NEM” “foca”, segundo Jade, “no mercado de trabalho” e na dita “liberdade de escolha” dos itinerários formativos. Todavia, ainda segunda a presidenta da Ubes, a Reforma do Ensino Médio não atendeu nem uma coisa, nem outra.

Esse entendimento corrobora com a cartilha — “O novo ensino médio (NEM) ou ensino médio nem-nem?” — elaborada pelo Observatório do Ensino Médio, o Coletivo Humanidades, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ensino de Filosofia/Nesef e o Núcleo Sindical APP Curitiba Norte.

Leia mais:
Lei 13.415/17: Novo Ensino Médio e o grande salto para trás na educação pública

O trocadilho “nem-nem” é porque, segundo formulação da publicação, o “Novo Ensino Médio”, “não forma nem para a formação integral, nem prepara para acesso à educação superior, nem prepara para o mundo do trabalho”.

Modelo de educação

No decorrer da conversa, Jade Beatriz chamou a atenção para uma das contradições do “NEM”, que foi “construído por quem não está na escola pública”.

É importante o “modelo de educação ser construído por quem está na pública”, apontou. “Essa reforma foi realizada por governo golpista. E não pode ser continuada”, enfatizou.

“A base da reconstrução do Brasil e da educação pública” passa pela “revogação” da contrarreforma da educação, que foi feito por meio de medida provisória no governo do golpista Michel Temer (MDB).

Manifestação pela revogação do “NEM”

Na próxima quarta-feira (15), a Ubes lidera os “Atos Nacionais contra o Novo Ensino Médio: juntos pela revogação já!”.

“Quarta-feira, dia 15 de março de 2023, a aula será na rua pela valorização dos professores e a ampliação dos investimentos em infraestrutura escolar, pela garantia do acesso à educação de qualidade e uma escola pública que ofereça condições adequadas para a aprendizagem dos alunos”, convoca a entidade dos estudantes secundaristas brasileiros.

Assista à integra da conversa:

Marcos Verlaine

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