Sinpro Minas: Sindicato participa de coletiva de imprensa sobre protocolo de volta às aulas

Na semana passada, a presidenta do Sinpro Minas, Valéria Morato, participou de coletiva de imprensa sobre o protocolo de volta às aulas, anunciado pelo governo do estado de Minas Gerais, na última quarta-feira, 24/02. Também participaram Analise de Jesus da Silva, coordenadora do Fórum Estadual Permanente de Educação de Minas Gerais (FEPEMG), Denise de Paula Romano, coordenadora geral do SindUte e Beatriz Cerqueira, deputada estadual do PT.

Valéria Morato resgatou a luta do Sinpro Minas pela suspensão das aulas presenciais no início da pandemia, com a obtenção da liminar que respalda o trabalho remoto. Pontuou que é de extrema irresponsabilidade e descaso com a Educação a posição do governo do estado, que defende a volta às aulas. Valéria Morato relembrou os exemplos de Manaus, Triângulo Mineiro e São Paulo, que após a volta às aulas presenciais tiveram um crescimento considerável no número de contágios e de mortes.

Despreparo

Na coletiva, foi apresentada a falta de estrutura das escolas públicas para o retorno às aulas. Denise Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), afirmou que há casos de colégios em que só há um banheiro para alunos e funcionários e escolas em que os estudantes precisam merendar no chão.

Mas o despreparo para seguir os protocolos não se limita ao ensino público. Segundo Valéria Morato, “é um engodo achar que as escolas privadas estão prontas para o retorno” e questionou da posição do Sinep, Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais, que acha suficiente o distanciamento de 1,5 metro entre as carteiras, contrariando o protocolo da Prefeitura de Belo Horizonte, que prevê 2 metros.

Pontuou ainda que no interior do estado, muitos espaços foram adaptados para se transformarem em escolas particulares e não apresentam estrutura que atenda aos protocolos de forma segura.

Construção de protocolos

A presidenta do Sinpro Minas esclareceu que o sindicato não foi procurado para elaboração de protocolos. “Nós é que estamos procurando. Tivemos conversas com diversos prefeitos, secretarias e conselhos de Educação, no sentido de ajudar na construção de protocolo de retorno, já que precisamos estar atentos/as a várias nuances, inclusive trabalhistas”, afirmou.

Valéria ainda destacou que o protocolo sanitário é preventivo, mas é preciso se atentar a outros protocolos, como o pedagógico e o emocional, já que muitas pessoas perderam entes queridos, vítimas da Covid-19, inclusive professores.

Ainda destacou que o Sinpro Minas mantém a luta em defesa da vida e dos direitos dos/as professores/as, que não pararam de trabalhar desde o início da crise sanitária. Sobre o retorno às aulas, Valéria ainda detalhou que o Sindicato está fazendo uma representação junto à Defensoria de Direitos Humanos sobre a possibilidade do retorno só nas escolas privadas. “Voltar só a escola privada é uma ação excludente, discriminatória e só aumenta o fosso entre aqueles que conseguem pagar e os que dependem de uma educação pública. A Educação é direito de todos”, afirmou.

Sobre a manifestação de mães e pais em favor da volta às aulas, Valéria diz ser uma posição importante, que demonstra o papel central da escola na sociedade, ressaltando a urgência da volta presencial ser pensada de forma segura e responsável. “Nós somos defensores do ensino presencial, em todos os níveis. Mas o trabalho remoto é o que está sendo possível neste contexto. Para nós o mais importante é a vida”, ressaltou.

Do Sinpro Minas

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