1 ano do corte de Weintraub: balbúrdia é o governo Bolsonaro

Com apenas 22 dias no cargo, Weintraub mostrava a que tinha vindo e deu início a uma série de gafes

Há exatamente um ano, em 30 de abril de 2019, o ministro da educação Abraham Weintraub anunciou o corte de 30% nas verbas de três universidades federais: a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade de Brasília (UnB). A informação sozinha já causa indignação, porém as coisas ficaram muito piores quando o ato foi justificado.

“Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”, declarou Weintraub ao Estadão em entrevista naquele mesmo dia.

Estava claro que suas justificativas não faziam sentido porque as três universidades citadas tinham ótimo desempenho em todos os critérios de avaliação. Ainda no dia 30 de Abril de 2019, novas informações vieram à público, e ficou nítido que Weintraub criava apenas uma cortina de fumaça para justificar o injustificável, o corte de 30% nas verbas de todas as 69 Universidades públicas, 22 Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades Federais, dos 644 Institutos Federais de Educação (IF’s), 2 Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet’s) e do Colégio Pedro II .

Com apenas 22 dias no cargo, Weintraub mostrava a que tinha vindo e deu início a uma série de gafes, declarações estapafúrdias, decisões absurdas executadas pelo MEC e crimes contra a educação. Começava ali uma saga de cortes e ataques à educação pública brasileira, lideradas pelo pior Ministro da Educação da história do Brasil.

Pela primeira vez temos um ministro com orgulho de cortar investimentos na educação. No passado, já vimos outros governos neoliberais – como é o de Bolsonaro -, retirarem verbas da educação, mas sempre de forma constrangida e envergonhada. Por outro lado, Weintraub, assim como seu chefe, apresentam uma política de ataque às universidades públicas para justificar os cortes como se isso fosse uma virtude do ministro.

Enquanto ele comemorava a sua jornada em busca do fim da “balbúrdia”, as universidades públicas agonizavam buscando alternativas para continuar suas atividades em meio a uma redução drástica e inesperada de seu orçamento. Era nítido que a educação pública brasileira estava sendo sufocada e os estudantes lideraram a resistência à esse processo. O protagonismo do movimento estudantil, tão importante em vários momentos da história do nosso país, floresceu e construímos no mês de Maio um grande Tsunami da Educação, em defesa da educação pública gratuita e de qualidade, para todas e todos..

Por todo o país houve respostas nas escolas e universidades, públicas e privadas, do ensino fundamental ao ensino superior. Construímos as maiores assembleias estudantis da década, junto com servidores e professores, preparando a nossa tropa para a batalha mais importante da nossa geração: a de preservar a educação pública, gratuita e de qualidade no Brasil, construindo um passaporte para o desenvolvimento da geração atual e das futuras.

Carta Capital

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