1° de maio: Hoje é dia de luta e de resistência!
A origem do 1º de maio como Dia do Trabalhador está ligada à luta pela redução da jornada de trabalho. Sua resolução histórica como um dia de celebração dos trabalhadores de todos os países, bem como momento de manifestações de reivindicações e solidariedade de classe, foi estabelecida em 1891, em Bruxelas, durante a Segunda Internacional. A escolha da data, no entanto, remonta a 1886, quando, nesse dia, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, teve início uma greve por melhores condições laborais cuja bandeira prioritária era a diminuição da jornada de 13 para oito horas.
Como a história é cíclica e qualquer semelhança, em se tratando dos ataques do capital, não é mera coincidência, naquela ocasião, a imprensa a serviço das classes dominantes acusou os líderes operários que encabeçavam o movimento grevista de preguiçosos e canalhas. Nada diferente do que aconteceu há três dias, em 28 de abril de 2017, no Brasil, quando a maior greve geral da história do país foi tratada de forma mentirosa pela “grande” imprensa brasileira, comprometida até o pescoço com os interesses golpistas que destruíram o Estado Democrático de Direito e tentam desmontar, um a um, os direitos trabalhistas, previdenciários e sociais.
Se, no fim do século XIX, a classe operária enfrentava altas jornadas, baixos salários e péssimas condições de trabalho, hoje, 131 anos depois, os trabalhadores brasileiros se veem acossados pela possibilidade de uma regressão de direitos a patamares muito pouco diferentes daqueles vivenciados há mais de um século, com ameaças de submissão a cargas horárias exploratórias, condições insalubres, redução do descanso, rebaixamento salarial, impossibilidade de aposentadoria, impedimento à Justiça. É isso o que fazem as supostas “reformas” propostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer: constranger os trabalhadores brasileiros a condições ultrajantes anteriores à própria luta que levou à instituição do 1° de maio, há mais de cem anos. Condições que, aliás, ferem todos os tratados internacionais sobre o Trabalho.
Todavia, a exemplo de todos os enfrentamentos históricos por direitos — da greve de 1886 nos EUA à greve geral de três dias atrás no Brasil —, os trabalhadores brasileiros reafirmam, neste 1° de maio, sua luta contra todo e qualquer tipo de retrocesso e de exploração. Em todo o território nacional, atos foram organizados pelo movimento sindical e por organizações sociais, dando continuidade à grande mobilização que parou o país na última sexta-feira. Em São Paulo, por exemplo, maior cidade do país, hoje é dia de concentração na Avenida Paulista, organizada pela CUT, CTB e Intersindical, com o apoio dos movimentos que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Num momento em que o Brasil passa pelo maior ataque aos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais já ocorridos na história, hoje é dia de luta e de resistência!
NENHUM DIREITO A MENOS!
Por Táscia Souza, da redação