14° CONCUT reafirmará compromisso da Central com toda a classe trabalhadora

Congresso Nacional da CUT, em outubro, reunirá sindicalistas de todo o país para atualizar a estratégia de luta. Eixos serão o fortalecimento sindical, a democracia e o desenvolvimento sustentável

Escrito por: Redação CUT | texto: André Accarini | Editado por: Vanilda Oliveira

Um dos momentos mais importantes na organização da luta da Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras acontecerá no 14° CONCUT com o tema “Luta, Direitos e Democracia que Transformam Vidas”. O Congresso Nacional será realizado de 19 a 22 de outubro, na capital de São Paulo, para definir a linha de ação e estratégias de luta da Central para os próximos anos.

O encontro, que também celebrará os 40 anos da CUT, completados em 28 de agosto de 2023, reunirá cerca de duas mil pessoas, entre delegadas e delegados sindicais de todos os estados e ramos, além de observadores e lideranças nacionais e internacionais. A CUT é a maior central sindical do Brasil e quinta maior do mundo, com 3,9 mil sindicatos e 7,9 milhões de trabalhadores em sua base.

“O processo do Congresso e o debate interno fortalecerão a Central nos desafios que temos pela frente para garantir à classe trabalhadora vez e voz na construção de uma sociedade mais justa, que supere as desigualdades sociais, com geração de empregos de qualidade e ampliação dos direitos”, afirma o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.

Ao realizar o 14° CONCUT, no ano em que a nossa Central celebra 40 anos de lutas e conquistas, reafirmamos o compromisso de continuar lutando na defesa intransigente dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora- Sergio Nobre

Além da organização da estratégia de lutas, também será eleita a nova direção nacional da CUT para os próximos quatro anos.

Democracia sindical

O Congresso da CUT começa com a realização dos Congressos Estaduais a CUT, os CECUTs, onde são aprovadas emendas ao Texto Base para o CONCUT. Esse mesmo documento, o Texto Base também serve como ponto de partida para debates realizados para eleição de delegadas e delegados de sindicatos tanto nos CECUTs como em congressos dos ramos da CUT.

O Texto Base traz as principais demandas da classe trabalhadora definidas após uma minuciosa análise da conjuntura nacional abordando questões sobre o cenário econômico, social, trabalhista e político no Brasil. Este ‘desenho’ do cenário nacional e internacional, que serve para propostas e lutas sejam elaboradas, é feito pela direção nacional da CUT com a colaboração de diversos especialistas nos mais diversos temas, como economistas, juristas, profissionais da saúde, da educação, políticos, entre vários, incluindo o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Para o 14° CONCUT, a análise de conjuntura foi feita a partir da realidade brasileira nos últimos anos, um tempo de baixo crescimento econômico, destruição de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, das políticas públicas, de limitações em gastos públicos para programas e setores essenciais, de aumento da desigualdade, da fome, do desemprego e aprofundamento da precarização das relações de trabalho.

Situação sem precedentes, foi um período em que o movimento sindical foi atacado e perseguido, a classe trabalhadora foi ignorada por um governo de ultradireita, que atacou a democracia e a soberania.

Destaque dessa resistência da CUT, o 13° CONCUT foi realizado em 2019, na Praia Grande, litoral sul de SP, na mesma época em que Jair Bolsonaro era eleito presidente da República, em um cenário pós-golpe de 2016 contra Dilma Rousseff

Nesse período, com todos os ataques aos movimentos sindical e popular, a CUT se manteve atuante, apresentando e cobrando propostas de proteção ao emprego e lutando para barrar mais retrocessos.

Já o 14° CONCUT ocorrerá em uma conjuntura política e econômica mais favorável à classe trabalhadora, com um governo popular, democrático e progressista, eleito pelo povo, mas, como costuma afirmar o presidente nacional da CUT, “os desafios ainda são muito grandes em consequência dos retrocessos em todas as áreas deixados por Bolsonaro”.

“A vitória do projeto democrático-popular e a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, “a maior vitória da classe trabalhadora dos últimos anos, representaram uma inflexão na nossa história. Forças da extrema direita e o projeto autoritário dos últimos quatro anos, foram derrotados. A militância da CUT teve participação expressiva nessa história”, diz Sérgio Nobre.

No entanto, há desafios a serem vencidos como o fortalecimento da organização sindical, com a CUT defendendo direitos dos 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras hoje sem proteção social e em empregos informais, a defesa da democracia e a promoção do desenvolvimento sustentável. Esses são os três eixos que conduzem o 14° CONCUT, temas que vêm sendo já discutidos a partir das bases da CUT.

Eixos

Fortalecimento sindical: a estratégia da CUT terá foco em priorizar os princípios democráticos de representatividade, com a livre escolha de formas de organização pelos trabalhadores que fortaleçam os processos de negociação coletiva e promovam a autossustentação financeira. Tais processos resultam em avanço na defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras

Defesa da democracia: ainda latente em nossa sociedade, a ameaça à democracia é um ponto central de luta para a CUT, considerando a campanha de ódio e os constantes ataques da extrema direita às forças de esquerda. A estratégia da CUT inclui mobilização junto às demais centrais e movimentos populares cobrando apuração e punição daqueles que propagam tais ações de ódio. Os Comitês de Luta e as Brigadas Digitais terão que já desempenham importante papel na luta pela democracia, terão reforçada a atuação.

Desenvolvimento Sustentável: O terceiro eixo a fazer parte dos temas do 14° CONCUT diz respeito à atuação da CUT na promoção, defesa e luta por proteção social, combate à fome, à pobreza e à precarização do trabalho. Passa por políticas públicas como a valorização do salário mínimo, políticas de proteção ao emprego, valorização do serviço e de servidores públicos, geração de empregos de qualidade, moradias, mais investimentos em áreas essenciais, bem como em ciência e tecnologia e, no que se refere ao meio ambiente, a transição justa – todos esses elementos como indutores de um desenvolvimento que se reverta, de fato, à sociedade, em especial à classe trabalhadora.

Nos próximos artigos sobre o 14° CONCUT serão aprofundados temas referentes à conjuntura para o 14° Congresso Nacional da CUT. Entre eles novas formas de organização da classe trabalhadora com vistas às novas relações de trabalho e ao objetivo de representar o conjunto da classe em sua totalidade, além de mais informações sobre as diretrizes de cada eixo do 14° CONCUT.

Da CUT

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