21° Consind: Abertura debate retomada da importância do Brasil no cenário mundial
Mesa de conjuntura internacional e nacional abriu os trabalhos, com a participação da cientista política Ana Prestes e da deputada Maria do Rosário
O novo papel do Brasil no cenário internacional e os desafios e avanços no contexto interno, a partir da derrota do fascismo nas urnas e das eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram os temas que abriram, na noite desta sexta-feira (28), o 21° Consind (Conselho Sindical) da Contee.
A mesa de conjuntura internacional e nacional foi conduzida pela cientista política Ana Prestes (PCdoB-DF) e pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), com mediação da coordenadora da Secretaria e Defesa das Diversidades, Direitos Humanos e Respeito às Etnias e Combate ao Racismo, Margot Andras.
“Não tem como falar de conjuntura internacional sem falar do Brasil na cena internacional”, começou Ana Prestes, exaltando a “volta o presidente Lula na condução desse Brasil que volta ao mundo” e apontado-o como liderança não apenas da América do Sul e do Sul global, mas de importância mundial.
“No Brasil se formulam políticas que fazem parte dos rumos tomados pela geopolítica global”, destacou, ressaltando também a emergência de governos progressistas na América do Sul como resultado de movimentos sociais.
A analista internacional observou também o abalo na unipolaridade dos Estados Unidos. “Em 2023, há praticamente uma guerra declarada à China pelos EUA, além da guerra por procuração acontecendo em território ucraniano, mas que, na verdade, é uma guerra de Estados Unidos e Otan contra a Rússia”. Segundo ela, “é difícil prever quanto tempo ainda vai durar e qual será o desfecho, além dos riscos muito grandes”.
Em sua fala, Ana Prestes também tratou de questões como Brics, contradições reveladas pela pandemia da covid-19 e cúpula Celac-União Europeia, sobretudo pelo ponto de vista da atuação do Brasil no encontro. A respeito da crise climática e ambiental, ela considerou que se vive um “momento dramático da humanidade”, que, como em outros, a “capacidade de inovação fica exacerbada, em busca de soluções, mas o mundo capitalista faz transformar as inovações tecnológicas em instrumento de segregação, de exclusão”.
Ampliação da base
A deputada Maria do Rosário também se referiu ao fundamental papel externo do Brasil e focou nas transformações internas. “Tudo que podemos ter como marca [positiva] nestes 6 meses só acontece pela coragem de agir no ambiente político deste País, enfrentando o fascismo que se instalou na nação brasileira nos últimos anos”, afirmou.
A parlamentar se referiu aos acontecimentos de 8 de janeiro como “tentativa objetiva de golpe para impedir Lula e a democracia”. Para ela, o “resultado apertado das eleições deve ser observado como vitória importante, porque tudo estava organizado para um outro resultado”. E a partir dessa vitória que “o Brasil já não é mais uma nação sem rumo ou indo na contramão do desenvolvimento”.
A respeito da correlação de forças, Maria do Rosário ponderou sobre a disputa pela hegemonia, “com um Congresso Nacional avesso aos interesses apresentados no programa do governo Lula, que é um programa de desenvolvimento”.
“Mas à medida que o Lula vai conseguindo tomar medidas para reduzir a desigualdade, para melhorar o poder de compra dos trabalhadores e trabalhadoras, para ampliar o acesso à saúde e à educação, vai construindo uma ampliação da base que o elegeu para a Presidência da República. Esse elemento é importantíssimo”, defendeu. “O maior indicador de melhora na economia é que as pessoas estão conseguindo pagar as contas.”
Educação em pauta
Na noite desta sexta-feira, antes do debate de conjuntura, a plenária do 21° Consind aprovou o regimento interno e os recursos das entidades que perderam o prazo para inscrição de representantes. Em seguida, o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, fez a abertura, salientando a importância da unidade e do fortalecimento do movimento sindical.
Gilson e os diretores Thadeu Almeida (Secretaria de Assuntos Educacionais e Formação) e Rodrigo de Paula (Secretaria de Finanças) também deram informes à plenária sobre a atuação da Contee no FNE (Fórum Nacional de Educação) e no FNPE (Fórum Nacional Popular de Educação), sobretudo no que diz respeito à realização de uma nova Conae (Conferência Nacional de Educação), à regulamentação da educação privada e ao Novo Ensino Médio.
Táscia Souza