28 de fevereiro: Dia Mundial de Combate às LER/Dort

Estudo aponta que condição acomete de 40 a 91% dos professores

Hoje, 28 de fevereiro, é o Dia Mundial de Combate às LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). A data foi instituída pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para alertar sobre esse tipo de adoecimento que afeta muitos trabalhadores.

De acordo com o Ministério da Saúde, LER/ Dort são “danos decorrentes da utilização excessiva do sistema que movimenta o esqueleto humano e da falta de tempo para recuperação”. Caracterizam-se pela ocorrência de vários sintomas, de aparecimento quase sempre em estágio avançado, que ocorrem geralmente nos membros superiores, tais como dor, sensação de peso e fadiga. Lesões no ombro e inflamações em articulações e nos tecidos que cobrem os tendões estão entre os principais casos.

Segundo o artigo “Doenças osteomusculares relacionadas ao profissional de ensino: professor”, escrito pelas pesquisadoras Juliane Zolin Debastiani, Josiane Medeiros de Mello, Sônia Trannin de Mello e Célia Regida de Godoy Gomes, a LER/Dort acomete de 40 a 91% dos professores nos diferentes níveis de ensino. “Nos últimos anos o trabalho docente vem ganhando destaque em vários estudos e pesquisas devido ao ritmo acelerado e a sobrecarga de trabalho realizada pelos professores, repercutindo em um aumento nos afastamentos destes profissionais (…). Uns dos motivos de afastamento dos professores são as lesões osteomusculares”, apontam.

“As patologias mais comuns que afetam esta classe são lombalgia, cervicalgia, escoliose, protrusão de cabeça e ombros, bursite de ombro e síndromes complexas nos punhos e antebraços. Os sintomas mais comuns são inflamações localizadas principalmente nas articulações, diminuição da força, tensão muscular, limitações articulares, problemas circulatórios e até mentais”, afirma o estudo.

Conforme as pesquisadoras, as condições podem estar associadas a diversos fatores do dia a dia dos professores: “as escolas possuem um ambiente físico precário, faltam salas de aulas adequadas, com número menor de alunos para que eles possam prestar uma atenção mais individual aos alunos assim como ambientes não ergonômicos”. Outro argumento destacado é que os professores não possuem apoio para minimizar suas dificuldades. O artigo acrescenta que “o professor também sofre com baixos salários, relações interpessoais fragilizadas, grande esforço mental e físico para realização das suas atividades, no qual eles transportam muito peso, executam muitos movimentos repetitivos, além da elevação contínua dos membros superiores para escrever na lousa”.

O crescimento desenfreado da modalidade EaD (educação a distância), com professores dando aulas na frente de computadores, sem ergonomia adequada, também contribui muito para esse adoecimento. Por isso, a pauta da regulamentação da educação privada, encampada pela Contee, passa também por assegurar condições de saúde para os trabalhadores da educação.

Táscia Souza

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