29° Grito dos Excluídos: “Você tem fome e sede de quê?”

Manifestação dialoga com atual momento do Brasil e lançamento do programa Brasil Sem Fome

Divulgação

“Você tem fome e sede de quê?” É com essa pergunta que o Grito dos Excluídos vai tomar as ruas de todo o país na quinta-feira, 7 de setembro, Dia da Independência. O objetivo desta 29ª edição é, mais uma vez, chamar a atenção para os problemas estruturais do Brasil e as necessidades da população mais vulnerável. A proposta deste ano está relacionada à Campanha da Fraternidade, cujo tema é “Fraternidade e fome” e que tem como lema o versículo 16 do 14° capítulo do Evangelho de Mateus: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Tem a ver também com a atual conjuntura política do Brasil e as prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lançou, na última quinta-feira (31), o programa Brasil Sem Fome, para combater a insegurança alimentar e a pobreza extrema.

Como a fome e a sede de democracia foram ao menos apaziguadas desde a s últimas eleições, com a vitória de Lula, a aposta, segundo a Rede Brasil Atual, é que o movimento desta quinta-feira, além de mais propositivo, tenha uma atmosfera diferente dos últimos feriados de 7 de setembro marcados pelo forte contraste entre os atos em defesa da democracia dos movimentos sociais e populares e as manifestações golpistas orquestradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.

Para uma entidade que é, ao mesmo tempo, sindical e educacional, como a Contee, o tema do combate à fome está no cerne de ambas as pautas. A defesa dos direitos trabalhistas visa garantir o sustento e a dignidade de quem trabalha. Já na luta por uma educação pública e gratuita de qualidade há uma via de mão dupla: de um lado, o papel essencial que a escola desempenha na segurança alimentar de muitas crianças e adolescentes; de outro, o fato de que o processo de ensino e aprendizagem não é possível para quem nem sequer tem o que comer.

Por isso, dirigentes da Contee e das entidades filiadas também estarão bradando nesta quinta, com e pelos excluídos, por um Brasil mais justo e menos desigual.

Táscia Souza

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