Comissão debate os desafios da atuação dos profissionais da educação no país

A Comissão de Educação debateu a Política Nacional de Incentivos e Benefícios a Futuros Docentes da Educação Básica. O cenário atual destacado pelos participantes é de falta de atratividade e baixos salários. Os senadores estudam alternativas para reverter esse quadro e atrair estudantes de graduação em Pedagogia e Licenciatura para atuarem em sala de aula.

Para Andressa Pellanda, coordenadora geral da campanha pelo direito à educação, uma das medidas seria melhorar a qualidade dos cursos superiores, garantindo a formação de profissionais mais qualificados e em condições de brigarem por melhores salários. Mas a diretora de Políticas Educacionais do Instituto Península, Mariana Breim, lembrou que a valorização dos profissionais não está apenas atrelada à remuneração, mas às condições de trabalho dos docentes. Ela apresentou dados sobre o avanço do ensino a distância na formação dos professores:

“Eles estão majoritariamente nas redes privadas de ensino, especialmente em pedagogia, em cursos à distância de dez estudantes que concluem os cursos de formação inicial, seis estão na modalidade EAD, e isso é superior ao dobro se comparado com os outros cursos de ensino superior. Essa formação é mais grave do que ser em formar um professor. A gente está formando professores em cursos auto instrucionais.”

A senadora Professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins, disse que o piso salarial dos professores precisa passar por uma revisão. Ela afirmou ainda que é contra a formação de professores na modalidade de ensino não presencial:

“Me preocupa que professor a gente está colocando à disposição. Sou contra a formação do professor em EAD, só terminantemente contra, eu acho que e aí merece que o MEC precisa fazer algo. As universidades federais ignoram, tem ignorado de maneira continuada, que tipo de professor nós precisamos para escola pública real, qual é o professor, quem está formando?”

Estudos revelam que, em 2040, a carência de docentes nas escolas de educação básica do país será de duzentas e trinta e cinco mil vagas.

Sob a supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado

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