Sinpro Campinas e Região: Sindicato exige punição aos golpistas e conclama professores a defender a democracia em 2025
Hoje, 8 de janeiro de 2025, completam-se dois anos dos ataques à sede dos três poderes em Brasília, que marcaram a tentativa de golpe de Estado levada a cabo pelas hordas bolsonaristas, em conluio com setores das Forças Armadas. Trata-se de uma data para não ser esquecida jamais pelo povo brasileiro.
Todos aqueles que defendem a democracia têm o dever de manter viva a memória da mobilização golpista liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e dos atos de terrorismo decorrentes dela, cometidos por seus asseclas civis e militares. Não convém menosprezar a história: o golpe teria sido bem-sucedido se não fosse a habilidade política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do então ministro da Justiça Flávio Dino, que agiram rapidamente para debelar a invasão.
O 8 de Janeiro (8J) não foi, ao contrário do que pregam os porta-vozes da extrema-direita, um ato espontâneo de vandalismo praticado por “aposentados e senhoras inocentes” que tiveram seu “dia de fúria” e decidiram, por livre e espontânea vontade, ir à Brasília manifestar seu “descontentamento” com o governo recém-empossado. Tal ação golpista foi incentivada e articulada por Bolsonaro durante todo o período em que ocupou a Presidência da República, como é de conhecimento geral.
Investigações em curso mostram que a tentativa de golpe foi financiada por empresários corruptos e produtores rurais e organizada por militares da ativa e da reserva, com o apoio de políticos de direita e de influenciadores digitais bolsonaristas. Mais: revelaram um plano macabro, posto em execução, para assassinar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Se não bastasse, havia ainda a intenção de construir, após o golpe, campos de concentração nos moldes nazistas para os opositores do regime.
Nada disso faz parte de uma “narrativa esquerdista”, como dizem os seguidores de Bolsonaro. São fatos amplamente divulgados e documentados pela mídia, com provas levantadas pela minuciosa investigação da Polícia Federal e obtidas por meio da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e de outros militares envolvidos na trampa.
Diante do exposto, o Sinpro Campinas e Região conclama os professores a somar forças, neste ano que se inicia, para exigir o julgamento e a condenação de todos os golpistas do 8J, sobretudo o de seu mentor e líder máximo, Jair Bolsonaro. Que não haja dúvidas quanto às intenções da extrema-direita em relação à nossa categoria: caso a facção conseguisse o seu intento, muitos de nós não estaríamos aqui para contar essa história.
Defender com afinco a democracia será um dos principais desafios que enfrentaremos em 2025 – e só sairemos vitoriosos com ampla adesão da sociedade. Nós, professores, temos a tarefa de estar do lado certo da trincheira e de utilizar nossa influência para informar, conscientizar e mobilizar para a luta do campo democrático. Sabemos que não será fácil, pois concepções autoritárias ainda estão entranhadas em boa parte da população, mas nosso silêncio poderá custar muito caro ao futuro.
Haverá pressões internas e externas a favor dos golpistas. Não faltarão demagogos para defender a ideia de que somente uma nova anistia poderá “pacificar o país”. Não nos deixemos enganar: o melhor caminho para restaurar a democracia é a realização de um amplo movimento cívico para que, respeitado o processo legal, haja punição exemplar a Bolsonaro e aos demais golpistas, além dos que já estão presos. Não aceitaremos impunidade ou condenações paliativas, pois isto seria um incentivo para que a extrema-direita volte a planejar e praticar ações golpistas e atentados à democracia.
Com fé na luta e na consciência democrática do povo, seguimos.
Campinas, 8 de janeiro de 2025
Diretoria do Sinpro Campinas e Região