Trabalhadores se mobilizam contra votação do ajuste fiscal do governo
Centenas de trabalhadores mobilizam-se pelo país contra as medidas provisórias do ajuste fiscal que começam a ser votadas, na tarde desta terça-feira (5), na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
As MPs 664 e 665, que alteram as regras para a concessão da pensão por morte, dificultam a obtenção do seguro desemprego e reduzem direitos referentes ao abono salarial (PIS-Pasep), auxílio-doença, pensões, e auxílio-reclusão, são medidas vistas como retrocesso pelos trabalhadores.
“Essas medidas vão na direção contrária da estruturação do sistema de seguridade social, com redução de direitos e sem combate efetivo às irregularidades que teriam sido a motivação do governo para adotá-las. As alterações propostas pelas MPs terão efeito negativo na política de redução das desigualdades sociais, bandeira histórica da classe trabalhadora”, afirma Vagner Freitas, presidente da CUT.
Segundo o sindicalista, outras alternativas podem ser tomadas pelo governo. “Medidas de ajuste fiscal não podem ser feitas com prejuízos ao trabalhador, mas sim, com medidas que mexam no bolso dos mais ricos, como a taxação de grandes fortunas”, disse.
Ações pelo país
Diversas mobilizações ocorrem pelo país contra o ajuste fiscal. A CUT realiza um ato esta tarde em Brasília, em solidariedade aos professores do Paraná, que foram duramente reprimidos pela Polícia Militar do governador Beto Richa, e contra a aprovação do ajuste fiscal.
Metalúrgicos de São Paulo ligados à Intersindical realizaram paralisações na produção de empresas como Honda, Toyota, Mercedes.
No Paraná, trabalhadores realizaram manifestações em frente à sede central dos Correios. Na Bahia houve uma marcha, que contou também com a presença dos estudantes, contra o pacote. Em Minas Gerais, o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa) realizou panfletagem com os trabalhadores da Usiminas sobre a necessidade de ampliar a luta contra a terceirização e o pacote do governo Dilma.