Eleições nos Estados Unidos e suas consequências
Por José Nivaldo Mota*
A vitória de Donald Trump talvez seja o assunto mais comentado nestes últimos dias, normal em se tratando de uma eleição no Império do Norte.
Mas alguma coisa saiu errada para o establishment político norte-americano, que apontava Hillary Clinton como favorita a vencer as eleições presidenciais dos Estados Unidos, tornando-se a primeira mulher a governar a maior potência bélica e econômica do planeta.
Mas o bilionário norte-americano meteu-se no meio da disputa, com um discurso racista, xenófobo, cheio de ódio aos latino-americanos, principalmente aqueles que saem da América Central e do México, seus vizinhos na América do Norte. Donald Trump é o que podemos chamar do cara politicamente incorreto, mas venceu as eleições, aproveitando-se da visão racista do meio-oeste norte-americano, de um setor da classe trabalhadora branca, que acha que os latinos tiram seus empregos.
Hillary representava toda a estrutura de poder que nos últimos anos manteve os norte-americanos em guerras imperialistas, como Afeganistão e Iraque. Mantiveram as intromissões guerreiras dos Estados Unidos na Síria, apoiando grupos terroristas locais, provocações na Venezuela e foi uma das artífices da queda de Dilma Rousseff no Brasil.
Não se alimenta esperanças com partidos da ordem dos Estados Unidos. Republicanos e Democratas representam as aspirações de domínio do Império, faz parte de sua natureza invadir, fazer guerras, desestabilizar países, mentir para a opinião pública mundial, com o apoio de uma mídia hegemônica mundial totalmente vendida aos seus interesses.
Enquanto Donald Trump ganhava a eleição com um discurso de ódio, pregando conceitos da supremacia branca, do ponto de vista internacional tem uma posição difusa, no que vem acontecendo no mundo, inclusive elogiando a Rússia de Vladimir Putin, gerando polêmicas em vários segmentos, seja de direita, mas também pela esquerda, que querem entender de fato qual a linha política internacional do ricaço norte-americano.
Hillary, a toda poderosapor fazer parte do grande esquema montado de poder quando do assassinato de Muammar Abu Minyar al-Gaddafi na Líbia, morto de uma forma bestial, estava sendo entrevistada ao vivo e quando soube do barbarismo líbio contra o seu legitimo presidente, soltou uma gargalhada no ar; ao vivo para todo país, ainda ecoa seu sorriso sarcástico, sem pena e piedade!
Os dois representavam a mesma estrutura de poder, o discurso fora da curva de Trump, foi interessante para ele, do ponto de vista eleitoral para ganhar os votos dos norte-americanos de classe média, não a maioria, mas o suficiente para ter maioria no colégio eleitoral deles, mostrando quão é estranho à democracia naquele país.
Com suas instituições consolidadas, duvido que ele possa romper com esta máquina estruturada. Sobre as posições guerreiras e imperialistas, continuará as provocações e guerras contra aqueles que se opõem a sua lógica de dominação!
*José Nivaldo Mota é professor, vice-presidente do SIinpro/AL, secretário-geral da Fitrae-NE e membro da Diretoria Plena da Contee