Israel bombardeia Gaza após Hamas lançar foguetes em resposta à repressão contra palestinos

Ação militar israelense deixou 20 mortos, incluindo nove menores de idade, segundo autoridades palestinas; UE e EUA condenam escalada de tensão

Israel realizou bombardeios sobre a Faixa de Gaza nesta segunda-feira (10/05) após a ala militar do Hamas reivindicar a responsabilidade por um ataque com foguetes a Jerusalém.

Segundo o Ministério da Saúde palestino, 20 pessoas foram mortas pelos ataques israelenses, incluindo nove menores de idade.

Os bombardeios ocorreram depois de sete foguetes lançados pelo Hamas atingirem partes de Jerusalém Oriental. Segundo o grupo palestino, a ação foi uma resposta aos “crimes e agressões” israelenses contra palestinos cometidas nos últimos dias.

Os foguetes vindos de Gaza atingiram parte de Jerusalém Oriental e foram lançados pouco depois do ultimato dado pelo movimento palestino a Israel alertando que o país teria até às 18h (12h no horário de Brasília) para retirar soldados das áreas da mesquita Al-Aqsa, onde a polícia reprimiu manifestantes palestinos na manhã desta segunda-feira, e do bairro Sheikh Jarrah.

O porta-voz do Hamas, Abu Obeida, confirmou a responsabilidade do ataque. “As brigadas Izz al Din Al-Qassam lançaram um ataque com mísseis contra o inimigo na Jerusalém ocupada em resposta aos crimes e agressões contra a cidade sagrada, bem como à perseguição de nosso povo em Sheikh Jarrah e na mesquita Al-Aqsa”, disse Obeida.

Militares israelenses disseram que sete foguetes e um míssil antitanque foram disparados a partir do norte da Faixa de Gaza em direção a Israel, deixando uma pessoa ferida. Um dos foguetes teria sido interceptado pelo sistema de defesa antiaérea.

Em seguida, Israel respondeu ao ataque do Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza, ação que deixou 20 mortos e outras 65 pessoas feridas.

Entretanto, a versão do Exército israelense é a de que a operação visou apenas “alvos militares”. “Começamos, repito, começamos a atacar alvos militares em Gaza”, disse o porta-voz do Exército israelense Jonathan Conricus a repórteres.

Após as hostilidades, a polícia israelense evacuou cidadãos das áreas atingidas em Jerusalém.

“Um alarme acabou de soar em Jerusalém. As forças policiais começaram a evacuar centenas de pessoas” reunidas no Muro das Lamentações para locais mais seguros, informou a polícia em um breve comunicado, de acordo com a agência AFP.

Israel reprime palestinos em Jerusalém Oriental

A região de Jerusalém Oriental vem sendo palco de uma repressão de forças israelenses contra palestinos durante toda semana, que se intensificou nos últimos dois dias, depois que a polícia lançar balas de borracha e granadas de choque contra a mesquita de Al-Aqsa. Os atos de repressão já deixaram mais de 300 palestinos feridos e alguns foram presos.

Um dos pontos centrais da escalada de tensão foi a decisão de um tribunal israelense de despejar 28 famílias palestinas do bairro Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, para dar lugar a colonos israelenses. Revoltados, os palestinos foram às ruas para protestar.

Outro ponto que despertou descontentamento da comunidade palestina que vive na região foi uma marcha convocada por grupos nacionalistas de Israel para celebrar o “Dia de Jerusalém”, data que marca a ocupação de Jerusalém Oriental por forças israelenses.

UE e EUA condenam tensão em Israel

A União Europeia afirmou nesta segunda-feira que “o aumento significativo da violência na Cisjordânia ocupada, Jerusalém Oriental, na Faixa de Gaza e nos arredores, deve parar imediatamente”.

“Todos os líderes têm a responsabilidade de agir contra os extremistas. O status quo dos lugares sagrados deve ser totalmente respeitado”, finalizou.

Já o governo dos Estados Unidos expressou “sérias preocupações” pela escalada da violência em Israel, no momento em que aumentaram as as repressões contra os palestinos em Jerusalém.

A informação foi revelada pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaky, que acrescentou que a administração do democrata Joe Biden condena o lançamento de foguetes na cidade.

*Com Sputnik e Ansa

Opera Mundi

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