Trabalhadores da educação no Paraná entram em greve contra ataques aos direitos
Categoria faz um alerta para o governador Ratinho Júnior em defesa das carreiras e por um reajuste justo para todos
Professores, professoras e funcionários de escolas da rede pública estadual do Paraná iniciaram, nesta segunda-feira (13), uma greve contra os ataques do governador Ratinho Júnior (PSD) aos direitos da categoria.
O governador encaminhou a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná o Projeto de Lei Complementar 12/2021 que prevê uma série de retrocessos, entre eles, a eliminação das diferenças percentuais entre níveis e classes, o que consequentemente, desmonta toda a carreira existente, que foi conquistada pela categoria.
Além disso, o PLC propõe uma redução considerada brutal no adicional noturno dos educadores e o congelamento do auxílio-transporte. Tem mais maldades: parcela da categoria ficará sem melhorias nos vencimentos, como é o caso dos aposentados e dos funcionários das escolas.
A decisão pela paralisação foi tomada durante assembleia estadual realizada no último dia 8 de dezembro, quando a categoria iniciou uma vigília na Praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Palácio Iguaçu, sede do poder executivo paranaense.
A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Walkiria Mazeto, justifica a paralisação da categoria no último mês do ano, a duas semanas das festas de Natal, como essencial para a carreira dos educadores do Paraná.
“Nós precisamos juntar forças e fazer essa luta, mesmo com as dificuldades do final de ano. É pela nossa carreira e pelo nosso futuro. Eles contam com o nosso cansaço. Nós contamos com cada um de vocês”, afirmou Walkiria se referindo aos professores, professoras, funcionários e funcionárias da ativa e aposentados da rede pública do Estado que a APP representa.
E a categoria mostrou a disposição para a luta que sempre teve já na manhã desta segunda-feira, quando fez uma mobilização, que teve início com uma marcha saindo da Praça 19 de dezembro até o local onde está a vigília.
As mobilizações, afirmaram as sindicalistas, são para pressionar os deputados estaduais pela aprovação do reajuste de 6,39% de data-base e alterações no PLC, que para os trabalhadores e trabalhadoras são cruciais para salvar a carreira dos educadores e educadoras e preservar direitos da categoria.
A luta é fundamental para desmascarar o governador que apresenta um projeto para atacar direitos enquanto faz propaganda dizendo que a ideia é mehorar a situação da categoria, critica o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.
“O governador Ratinho Júnior, novamente, desmontra sua total insensibilidade com trabalhadores e trabalhadoras do serviço público. Pior: pretende destruir a carreira da categoria enquanto faz propaganda alardeando que, pelo contrário, está buscando melhorá-la”, disse Kieller.
“Não podemos aceitar passivamente, pois além do futuro dos trabalhadores e trabalhadoras em educação, estamos também falando do futuro dos filhos e filhas da classe trabalhadora que dependem da escola pública para um desenvolvimento intelectual e social apropriado”, destacou o presidente da CUT Paraná.
Tramitação do PLC
A sessão da Assembleia Legislativa que analisará o PLC deve acontecer entre esta terça (14) e quarta-feira (15). Até lá a categoria seguirá em greve, realizando atividades em todo o Paraná a partir dos núcleos sindicais da APP-Sindicato no interior e também com a vigília no Centro Cívico, bairro da capital paranense onde estão localizados os três poderes do Estado.