Alfabetizar na idade certa é plantar o futuro do Brasil

A alfabetização é o primeiro ato de futuro que uma sociedade oferece às suas crianças. Quando meninos e meninas aprendem a decifrar palavras, o texto se revela e o mundo se abre. O Dia Nacional da Alfabetização, celebrado anualmente em 14 de novembro, é um chamado profundo à responsabilidade coletiva: o futuro do Brasil começa na sala de aula dos primeiros anos.

Instituída em 1966, em homenagem à criação do Ministério da Educação em 1930, a data nos lembra que garantir a alfabetização de todas as crianças é dever do Estado, compromisso da sociedade e direito inegociável de cada pessoa. No entanto, o Brasil convive com uma ferida que atravessa gerações. Cerca de 5,6% da população ainda é analfabeta, e milhões enfrentam o desafio silencioso do analfabetismo funcional.

Caminho que edifica

Garantir que crianças aprendam a ler e escrever no tempo certo é essencial para seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional. A alfabetização no momento adequado oferece condições para que todas as demais aprendizagens escolares aconteçam com segurança e consistência. Crianças alfabetizadas na idade certa têm mais facilidade para interpretar textos, expressar ideias, desenvolver pensamento crítico e construir autonomia.

Quando a alfabetização não ocorre no tempo certo, os desafios se acumulam. O atraso aumenta o risco de dificuldades de aprendizagem, eleva o índice de repetência e compromete a trajetória escolar. Por isso, investir na alfabetização na idade certa não é apenas um objetivo pedagógico; é uma questão de justiça social, garantindo que nenhuma criança fique para trás e que todas tenham a chance de um futuro promissor.

A alfabetização: raiz da dignidade

Tudo o que vem depois, como o raciocínio matemático, a formação científica, o acesso à cultura e a participação política, depende desse ponto de partida. A alfabetização é o fundamento da autonomia. É ela que permite a cada cidadão compreender seus direitos, interpretar a realidade, reconhecer injustiças e transformar sua própria história.

Uma criança bem alfabetizada tende a permanecer na escola, descobrir talentos e sonhar com horizontes maiores. Uma criança que não tem esse direito assegurado começa a vida em desigualdade. Por isso, alfabetizar não é apenas ensinar letras. É cuidar, proteger e garantir o futuro.

Alicerce que sustenta o país e merece reconhecimento

Por trás de cada criança que aprende a ler existe um profissional da educação que prepara aulas, estuda, adapta práticas e acompanha cada avanço e dificuldade. A boa formação na infância depende diretamente das condições de trabalho dos educadores.

Jornada justa, salário digno, tempo de planejamento, formação continuada e respeito à carreira não são benefícios; são requisitos para que o Brasil avance. Quando esses elementos falham, o impacto recai sobre quem menos pode se defender: as crianças.

A Contee reafirma que não existe alfabetização de qualidade sem valorização dos trabalhadores da educação. Não há futuro promissor com profissionais adoecidos, desvalorizados ou sobrecarregados.

Avanços recentes e o desafio que permanece

Em 2025, o país deu passos importantes na construção de uma política pública contínua para a alfabetização com a transformação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) em política de Estado. A mudança reforça a necessidade de estabilidade, colaboração e continuidade entre União, estados e municípios para garantir que o direito de aprender não dependa de gestões específicas.

O avanço do Indicador Criança Alfabetizada, que atingiu 59,2% das crianças ao final do 2º ano, mostra que há caminhos possíveis. Mas também evidencia a urgência: quase metade das crianças brasileiras ainda não está plenamente alfabetizada na idade certa. Esse dado, mais do que estatístico, é humano e denuncia as disparidades persistentes no acesso à aprendizagem.

Pela democratização do ensino

Para a Contee, o Dia Nacional da Alfabetização é um momento de reafirmar a luta permanente por uma educação pública democrática, inclusiva e socialmente referenciada. Isso significa defender:

  • financiamento adequado e políticas contínuas
    • condições de trabalho dignas para os docentes
    • enfrentamento ao analfabetismo e ao analfabetismo funcional
    • respeito à infância e ao direito de aprender

Alfabetizar é lançar raízes profundas.
É preparar o solo onde florescerá o Brasil que queremos.
É garantir que cada criança tenha não apenas um começo, mas um futuro.
E esse futuro começa agora.

Da Redação Contee

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