Após resultado do Pisa, MEC fala em mudança na formação de professores

Os resultados do Pisa 2022, divulgados nesta terça, demonstram a necessidade de investimento na formação de professores

Letícia Cotta

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmaram que diversas mudanças vão acontecer na área de formação dos professores, principalmente com a reformulação das diretrizes curriculares nos cursos. Os órgãos abordaram o assunto em coletiva de imprensa nesta terça-feira (5/12), após estudo internacional apontar que o Brasil está entre os 20 piores países em matemática e ciências.

“O Conselho Nacional de Educação e o MEC discutem mudanças, reformulações nas diretrizes curriculares nacionais nas licenciaturas. Queremos fazer as alterações ainda neste ano, para que seja possível fazer a revisão da licenciatura em 2024. O Enade vai mudar”, destacou o ministro da Educação, Camilo Santana.

O Enade é o Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes. Além da prometida reformulação do exame, o ensino a distância (EAD) dos cursos que formam professores também passarão por mudanças.

“Suspendemos EAD das licenciaturas no Brasil recentemente, e [vamos] reavaliar cursos de licenciatura, inclusive de práticas docentes. Vamos reavaliar cursos de EAD, não permitindo mais que licenciatura seja 100% EAD. Elegemos no G20 esse debate da valorização e qualificação dos professores. É um tema muito precioso”, completou o ministro.

Responsável pelo Pisa fala da formação de professores

As falas do ministro se devem principalmente aos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, cujos dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (5/12) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Um dos responsáveis pelo Pisa, Andreas Schleicher comentou o assunto, e ressaltou que a disparidade social da distribuição e formação de professores.

“Uma razão para a disparidade social ser grande no Brasil é porque muitas vezes as escolas em áreas mais pobres têm menos recursos quando se fala de educação e professores. O Brasil não é um dos extremos, mas é visível que escolas em locais mais pobres têm menos professores e menos recursos materiais. Então, estamos ansiosos para alinhar essas necessidades e atrair os melhores professores para os locais com mais dificuldade”, explicou Schleicher.

A conclusão do estudo mostra que o apoio aos docentes é fundamental na construção da Educação, de acordo com o secretário geral da OCDE, Mathias Cormann.

“Os dados do Pisa mostram que o apoio aos professores é importante para essa construção, e também motivacional para os alunos. Percebemos que uma pequena porção dos professores consideram que sua profissão é considerada valiosa, e aumentar os salários dos professores também seria uma decisão bem vinda”, ressaltou.

Do Metrópoles

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo