Bienal da UNE discute saúde e fortalecimento do SUS

Seminário de Saúde foi um dos mais quentes do terceiro dia do festival

Foi acalorada a discussão a respeito de saúde, educação e desenvolvimento no Seminário de Saúde desta terça-feira (3) na 9ª Bienal da UNE. O debate é propício, além do início de governo em 2015 acontece a 15ª Conferência Nacional de Saúde, prevista para o mês de novembro.

Estiveram presentes a presidenta do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Maria do Socorro de Souza, Lígia Bahia da Associação Brasileira da Saúde Coletiva (Abrasco) e Hêider Aurélio Pinto, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde (MS).

Maria do Socorro destacou que a Bienal compre o papel de vir para as ruas e as redes debater “a saúde pública que queremos”. Ela questionou a responsabilidade da universidade na formação dos profissionais de saúde e denunciou que “a universidade mesmo pública está à serviço de interesses privados e forma profissionais para interesses do mercado”.

A presidenta da CNS destacou ainda que a democracia prevalece em nosso país e que não podemos desconsiderar as muitas formas de participação popular e pediu engajamento pela defesa do SUS e no mais importante evento do setor: a CNS. “ É importante a juventude ocupar estes espaços, precisamos do movimento estudantil fazendo a disputa pela saúde no cotidiano”, ressaltou.

Para ela a luta por saúde pública no nosso país também é ideológica. “Os meios de comunicação todos os dias tratam de nos convencer que as políticas que dão sustentação à educação e a saúde não servem mais. Nós precisamos garantir o comprometimento da sociedade com essas políticas”, afirmou.

O representante do MS, Hêider Aurélio Pinto, concordou com a colocação e afirmou que é necessário uma luta simbólica para enfrentar a valorização dos princípios conservadores. “Precisamos afirmar a saúde como direito e dever do Estado e enfrentar a tentativa de transformá-la em bem e mercadoria”, ressaltou.

Ele destacou também mudanças estruturais imprescindíveis para mudar a lógica de financiamento do Estado brasileiro, como a reforma política e a democratização dos meios de comunicação que tem relação direta com a valorização da saúde pública.

O contraponto veio na fala da representante da Abrasco que fez duras críticas ao Sistema Único de Saúde (SUS) que segundo ela “não vai nada bem” e a condução das políticas da área. Ela destacou alguns avanços como em relação a condução de políticas voltadas aos homossexuais e a aprovação do uso medicinal do canabidiol pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas para Lígia o governo não teve mérito neste caso. “Essa vitória foi nossa, das manifestações de junho, do povo brasileiro”, afirmou. Ela disse que a defesa do SUS teve ser autônoma para fazer críticas.

A representante da Associação rechaçou ainda a aprovação da Medida Provisória 656/2014, que permite investimentos estrangeiros nos serviços de saúde.

Após a fala dos convidados os estudantes da plateia puderam fazer questionamentos e considerações e o debate ficou quente entre as diversas correntes de pensamento que compões a União Nacional dos Estudantes.

Acompanhe a Bienal ao vivo na TV UNE

Da UNE

Foto: Vitor Vogel

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