“Brasil é um país de refugiados”, diz Dilma na Assembleia Geral da ONU
Ao abrir a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff reiterou hoje (28) a solidariedade do Brasil aos refugiados – em especial à população do Oriente Médio e do Norte da África, vítimas da guerra civil síria, que por razões humanitárias deixaram seus países de origem. “É um absurdo impedir o livre trânsito de pessoas”, disse, acrescentando que o Brasil “está de braços abertos” para receber os refugiados. “O Brasil é um país de refugiados. Somos um país multiétnico que convive com as diferenças e sabe da importância dela para nos tornar mais ricos e diversos”.
Tradicionalmente o Brasil é o país responsável pelo discurso inicial das sessões de abertura da ONU. No discurso deste ano, que marca os 70 anos de criação das Nações Unidas, Dilma destacou o espírito solidário e acolhedor dos brasileiros em relação aos fenômenos de migração, de mobilidade humana e de deslocamentos feitos por razões humanitárias.
“A ONU está diante de um grande desafio, diante de barbáries como as do Estado Islâmico e de outros grupos associados. Esse quadro resulta na crise dos refugiados pelo qual passa a humanidade, com homens e mulheres nas águas do Mediterrâneo, que provêm do Oriente Médio e da África, onde tiveram seus Estados nacionais desestruturados, abrindo espaço para a proliferação do terrorismo”, disse a presidenta ao manifestar indignação por situações como a do menino sírio fotografado após afogamento e com a notícia de 70 pessoas asfixiadas em um caminhão na Áustria.
Segundo a presidenta, o Brasil tem colaborado para melhorar a situação de muitos desses refugiados, e isso pode ser percebido por meio das políticas de concessão de vistos destinados a cidadãos haitianos e sírios.
Palestina
Dilma Rousseff voltou a defender a paz no Oriente Médio e o direito de existir um Estado da Palestina, a exemplo do que tem feito nos últimos anos ao discursar na Assembleia Geral da ONU.
“Necessitamos de uma ONU capaz de atuar em questões de guerras e de crise regional. Não se pode postergar a criação de um Estado Palestino que conviva pacificamente com Israel. E não se pode continuar a expansão dos territórios assentados”.
Fonte: Agência Brasil