Candidatos de escola pública ‘puxam’ recorde de inscritos na Fuvest

CANDITADOS DE ESCOLA PÚBLICA ‘PUXAM’ RECORDE DE INSCRITOS NA FUVEST

Dos 172 mil inscritos no vestibular, 38% são da rede pública. Maior variação desse grupo de alunos foi registrada entre 2011 e 2012. 

Paulo Guilherme e Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo

O número recorde de candidatos registrados no vestibular da Fuvest 2014 é reflexo do aumento da procura dos estudantes da rede pública. Dos 172.001 inscritos para fazer as provas neste ano, 65.224, o equivalente a cerca de 38%, fizeram no mínimo o ensino médio em escolas públicas. Os dados foram divulgados pela pró-reitora de graduação da Universidade de São Paulo (USP), Telma Zorn.

A variação de candidatos inscritos no último ano, de 2013 para 2014, foi de 7,76%. Mas se for levada em conta somente a porcentagem de estudantes da rede pública, a variação é de 16,05%, enquanto os alunos das escolas privadas representam um aumento de 3,26%.

De 2012 para 2013, a variação de alunos da rede pública foi 14,40% e da privada 5,74%.

A maior variação de um ano para o outro entre estudantes da rede pública no vestibular da Fuvest ocorreu de 2011 para 2012, quando foi registrado um aumento de 22,19%. Neste período, a participação dos alunos de escolas públicas cresceu 2,64%.

Telma Zorn reforça a vontade da universidade em aproximar esse público ao citar além do sistema de bonificação, iniciativas como Programa de Embaixadores USP onde alunos e professores e funcionários vão até escolas públicas para divulgar a instituição. O objetivo é garantir que não haja a autoexclusão do aluno que não se considera apto a disputar vagas na USP simplesmente por não ter estudado na rede particular, ou até por falta de conhecimento.

Mais alunos da rede pública
Assim como o número de alunos da rede pública interessados em disputar o vestibular da Fuvest aumentou, cresceu também os que, de fato, conseguiram a vaga. Hoje a universidade possui 28,5% de alunos que em algum momento estudaram em escolas públicas, porém, esta porcentagem vem crescendo. Em 2012 era 28%; 2011, 26,25%; e 2010, 25,8%.

“Ninguém deseja o que não conhece, ouvi essa frase de uma ‘embaixadora’. Tenho expectativa de que o número de estudantes de escolas públicas aumente, principalmente após a criação do bônus PPI [pretos, pardos e indígenas] que foi muito importante”, diz na entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (24).

Em julho, a USP aprovou uma novidade do Programa de Inclusão Social (Inclusp) que passar a oferecer bônus de até 25% para alunos pretos, pardos e indígenas que tenham estudado integralmente em escolas públicas. O bônus é concedido de acordo com o desempenho na primeira fase da prova.

“O programa é com base no mérito, o aluno que ficar de fora sabe que por mérito. A USP precisava fazer algo, eu não conheço exemplo de progresso sem estar fundamentado na educação de seu povo”, afirma Telma.

A USP também criou uma espécie de cursinho pré-vestibular com foco nos alunos da rede pública que foram bem classificados na última prova da Fuvest, mas não conseguiram ser aprovados. São 691 matriculados que têm aulas desde agosto e tentarão vaga na USP novamente no vestibular deste ano.

Para garantir a permanência dos alunos de escolas públicas na universidade, a USP lançou há dois anos um programa de tutoria que oferece uma bolsa no valor de R$ 400.

Do G1

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