CNTE realiza 1º Encontro Nacional de Educadores Indígenas

No dia 9, São Paulo recebeu 35 representantes de 14 estados e 9 etnias para o 1º Encontro Nacional de Educadores Indígenas da CNTE. “O objetivo é organizar a luta dos trabalhadores indígenas em todo o país, afinal, a luta é unificada, de condições de trabalho, de valorização, de estrutura para oferecer uma escola de qualidade”, explica Claudir da Mata, secretaria executiva.

A primeira mesa abordou a organização e a gestão da educação escolar indígena. O professor Terena de MS, Wanderley Dias analisou o histórico da luta indígena e os reflexos na educação: “Não há politicas públicas efetivas. Quando a política indígena vai pros municípios e estados, as forcas políticas locais fazem a interferência direta nas escolas. Quanto mais fica na mão do governo federal mais temos chance de dar visibilidade à questão e fugir do poder regional”. Ele reforça que a escola serve para fortalecer a luta do cidadão indígena: “é com educação que podemos atender povos e sociedades que também querem acessar as tecnologias não indígenas e ter acesso aos mesmos direitos”

O antropólogo e professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Marcos Braga, falou sobre os desafios dos educadores indígenas e sobre a necessidade de fortalecer o processo de formação dos trabalhadores com o apoio da CNTE: “o currículo diferenciado ainda esta em construção, como o saberes indígenas fazem parte desse processo na escola? Tem que se pensar na questão do currículo, mas as secretarias estaduais impõem a prática disciplinar e isso dificulta o respeito ao direito à diferença. Para que isso aconteça, a CNTE é uma articuladora, que pode fomentar esse debate para que a discussão se materialize em políticas públicas, mobilizando o Brasil para essa implementação”.

Para a secretaria geral da CNTE, Marta Vanelli, a meta agora é um sistema nacional que atenda também a educação indígena: “acredito que o é preciso pensar é num recorte da educação indígena dentro do sistema nacional, pois a educação indígena é também educação nacional. E ainda: é preciso levar a questão da educação escolar indígena como um dos eixos de debate na próxima Conae”.

O evento termina hoje, dia 10, com a troca de experiências entre os participantes e a construção de estratégias para um coletivo de educadores indígenas da CNTE. Nos dias 11 a 13 a IEAL realiza um encontro com representantes da América Latina, Canadá e Noruega, também em São Paulo.

Da CNTE

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